Estudo arqueológico analisa dieta de humanos que viviam no Vale há 600 anos

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Estudo arqueológico analisa dieta de humanos que viviam no Vale há 600 anos

Pesquisa investigou fragmentos de ossos em Marques de Souza, Pouso Novo, Muçum e Cruzeiro do Sul

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Estudo arqueológico analisa dieta de humanos que viviam no Vale há 600 anos
Divulgação Univates
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As pesquisadoras Fernanda Schneider e Neli Teresinha Machado, do Laboratório de Arqueologia da Univates, realizaram um estudo de investigação dos hábitos alimentares dos seres humanos que ocupavam o Vale do Taquari entre os anos 1400 e 1800 d.C.

A pesquisa foi realizada em parceria com Mirian Carbonera, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), e Daniel Loponte, do Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latino-Americano. O estudo foi publicado na Revista de Antropología del Museo de Entre Ríos, na Argentina.

Para estudar a dieta desses humanos, os pesquisadores analisaram os ossos e dentes, bem como vestígios de animais da região. A pesquisa é feita por meio da análise dos chamados isótopos estáveis, que, dependendo de sua composição, informam quais tipos de alimentos eram consumidos.

Foram coletadas amostras em sítios arqueológicos de Marques de Souza, Pouso Novo, Muçum e Cruzeiro do Sul. Esses locais eram ocupados por povos Guarani, entre 600 e 200 anos atrás. As análises foram processadas no Departamento de Geociências da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Análise dos resultados

A partir das 23 amostras enviadas aos Estados Unidos, os pesquisadores puderam concluir que os humanos da região consumiam milho, peixes e animais típicos da floresta subtropical.

Conforme Fernanda, o trabalho colocou o Vale do Taquari no ‘mapa’ da ecologia isotópica. “Deixou evidente a necessidade de ampliar a análise e avançar na reconstrução tanto das dietas humanas como das cadeias tróficas em que as sociedades estavam incluídas”, avalia.

Segundo a pesquisadora, esses estudos permitirão, no futuro, integrar os resultados locais ao panorama geral do comportamento dos povos Guarani, contribuindo para todo o entendimento da ecologia nas áreas tropicais da América do Sul.

Fragmentos foram encontrados no sítio de pesquisa em Marques de Souza / Créditos: Divulgação Univates

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