“A literatura tem sido a maior motivação da minha vida”

ABRE ASPAS

“A literatura tem sido a maior motivação da minha vida”

João Manoel Moraes da Silva, 68, é um escritor apaixonado por literatura brasileira. Com três livros publicados, é por meio das crônicas que ele conta a história de Roca Sales, sua cidade natal. Também membro da Alivat, João Manoel tem os livros como companhia desde muito pequeno.

Por

“A literatura tem sido a maior motivação da minha vida”
(Foto: RAICA FRANZ WEISS)
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Quando começou o seu interesse pela literatura?

Quando eu era pequeno, minha mãe era muito doente e meu pai trabalhava no frigorífico Orlandini, então eles não tinham com quem me deixar. Mesmo sem ter idade suficiente para ir à escola, as freiras me aceitaram no colégio.Assim, aos quatro anos de idade eu já sabia ler. Para não atrapalhar os outros colegas, que já estavam mais avançados, as irmãs me traziam livros para ler durante as aulas. Assim, eu me apaixonei pela leitura. A literatura tem sido a maior motivação da minha vida, me proporcionou muitas coisas boas, às vezes alguns tropeços. Tive dificuldade de me enquadrar na grade curricular comum. Por isso, aos 13 anos, larguei a escola. Logo me arrependi de ter saído, mas só fui fazer o supletivo perto dos 40 anos.

E quando passou a gostar de história?

duas professoras, as freiras Carmen e Fabiana. Como eu não me interessava muito pelas matérias convencionais, elas me incentivavam a ler grandes obras, que estavam repletas de história. Então, enquanto eu estava no ensino fundamental, elas me convidavam para falar sobre esses livros nas séries mais avançadas. Assim peguei o gosto pela contação de histórias. A influência dessas irmãs foi tão importante na minha vida que dei o nome para uma das minhas filhas de Carmen Fabiana.

Você já publicou livros. Conte sobre eles.

Tenho três livros publicados. A maioria é de crônicas. Um deles é “Histórias, Fragmentos e Crônicas de Conventos Vermelhos e Roca Sales”, que tem registros históricos. Também tenho duas obras sobre gastronomia. Agora estou escrevendo sobre as 27 linhas de Roca Sales, um resgate histórico e cultural.

Em todas essas histórias, quais fatos mais chamaram a sua atenção?

Os acontecimentos mais marcantes que descobri são justo aqueles que não posso contar, envolvem pessoas e famílias daqui. Esse é um cuidado que eu tenho, como escritor local. Isso me frustra um pouco. Mas tem uma história, na década de 1940, de um delegado em Roca Sales que perseguia alemães e italianos. Ele havia sido da guarda pessoal de Getúlio Vargas e obrigava todos a escutarem os pronunciamentos de Vargas. Ele era obcecado pelos chamados “quinta coluna”.Na época, vigorava o Estado Novo no Brasil e a Segunda Guerra Mundial acontecia na Europa, então esse delegado pensava haver espiões desses países em meio aos descendentes de alemães e italianos.

Acompanhe
nossas
redes sociais