Oficina gratuita de fotografia analógica incentiva novos olhares para Taquari

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Oficina gratuita de fotografia analógica incentiva novos olhares para Taquari

Projeto “Visto Jamais Visto” realizou as aulas no fim de janeiro e prepara exposição para março na abertura das atividades do Memorial Theatro São João

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Oficina gratuita de fotografia analógica incentiva novos olhares para Taquari
Cada dupla vai escolher duas fotos para (Foto: VANESSA PORTO/DIVULGAÇÃO) exposição
Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Inspirar novos olhares por meio de conhecimentos técnicos e práticos foi o objetivo central da oficina gratuita de fotografia analógica do projeto Visto Jamais Visto. A iniciativa foi organizada pelo cineasta taquariense Leonardo da Rosa e pela direção do Theatro São João com financiamento do governo do estado. As aulas foram realizadas no final de janeiro e, após seleção e revelação das fotos capturadas, a exposição dos trabalhos dos alunos será programada para o mês de março, no primeiro evento da Fototeca do Memorial Theatro São João.

Os 20 alunos selecionados para a oficina participaram de aulas teóricas nos dias 21 e 22 de janeiro e realizaram saídas de campo orientadas nos dias 28 e 29. A atividade prática foi realizada em dupla e os alunos percorreram pontos da     cidade como a Lagoa Armênia, o Rio Taquari, as casas antigas do bairro Praia, a região da Associação Beneficente Pella Bethânia, a Praça Dom Pedro II, o bairro Colônia Vinte de Setembro, entre outros. Agora, cada dupla de alunos vai escolher duas fotos para serem ex- postas em A3 Fine Art.

Taquari sob um novo olhar

Para a aluna Franciele Souza, a oficina foi uma oportunidade de ver a fotografia e a cidade de Taquari sob um novo olhar. “As aulas teóricas e, principalmente, a aula prática, foram experiências incríveis. Agora fica a expectativa pelas fotos e o desejo de novas oportunidades como esta”, comenta Franciele.

A intenção do projeto é deixar registros desses novos olhares de Taquari para gerações futuras. E não um simples registro. Os alunos foram incentivados a pensar muito antes de clicar e, para isso, absorveram conhecimentos de  enquadramento, aprenderam sobre os elementos da linguagem visual e tiveram acesso à muitas inspirações através do conteúdo que receberam, como nas aulas sobre história da pintura e da fotografia.

“O curso foi um suspiro poético em meio ao calor escaldante de janeiro. Ter contato com diversos artistas e pintores até chegar à arte de fotografar foi fundamental para me inspirar no momento do clic final. Durante a prática, procurei       encontrar nas cenas cotidianas o que é visto, mas não nos prende. Aquele detalhe que escapa, seja pela correria ou pela banalidade do dia a dia”, destaca a aluna Mariana Brandão.

Uma das professoras, a cineasta Eloisa Soares, se surpreendeu positivamente com a resposta dos alunos. “Trazer a fotografia analógica foi um desafio de deixar o tempo mais lento: parar, olhar e sentir. Os alunos se propuseram a doar aquelas horas de seus dias para olhar fotografias e pinturas. Foi muito interessante ver suas poéticas ao analisarem as imagens. Acredito que isso se estendeu para outras áreas de suas vidas e a suas percepções com a cidade”, afirma.

Trocas entre gerações

As duas turmas reuniram um público de diversas idades e inspirou trabalhos que envolvessem passado e presente. Alguns alunos já haviam fotografado com película, enquanto outros nasceram com o celular na mão. Para o aluno, Gabriel Bizarro, a oficina foi uma oportunidade de fazer um trabalho baseado em registro antigos da sua avó. “Eu peguei fotos antigas da minha vó para fazer uma dupla exposição com uma foto atual. Fui até o local onde foi tirada a foto antiga, fiz o mesmo enquadramento e tirei a foto de agora. Meu objetivo era retratar a passagem de tempo do local.”, comenta Gabriel.

Fototeca

Com a revelação dos filmes dos alunos, cada dupla fará a escolha de suas duas melhores fotos e o material será  produzido para exposição que abre as atividades da Fototeca do Memorial Theatro São João. O evento deve ocorrer em março em data ainda pendente de confirmação. Para a professora Rebeca Francoff, a exposição já é garantia de fortes emoções. “A minha maior missão como professora no projeto foi o incentivo da sensibilidade singular no gesto de olhar que cada pessoa tem. A fotografia analógica é sempre uma descoberta. Aquela tensão gostosa antes da captura da imagem no filme. O resultado imprevisível mexe com os sentimentos de uma forma bonita e instigante”, destaca.

Conhecimento e legado

A oficina de fotografia analógica do projeto “Visto Jamais Visto” foi realizada pela primeira vez em Taquari . As experiências proporcionadas ligaram alunos e professores e trouxeram ao município um conhecimento inédito e de forma gratuita. “As aulas foram muito melhores do que eu esperava. Fiquei admirado pela didática dos professores e pelo conteúdo trazido, senti carinho e dedicação por cada um deles e garanto que foi uma experiência que me marcou fortemente”, finaliza Gabriel.

O projeto também contou com aulas dos professores Gianluca Cozza e Enzo Hofmann e teve produção de João Fernando Chagas.

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