“Auxílios mobiliários”: a farra dos penduricalhos”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

“Auxílios mobiliários”: a farra dos penduricalhos”

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A cada início de legislatura a conversa é a mesma: os verdadeiros abusos cometidos pela classe política em Brasília. Mais uma vez, os nobres parlamentares (ou a maioria deles) comprovam a própria desconexão com a realidade do trabalhador brasileiro e aceitam, sem qualquer vestígio de vergonha na cara, os sórdidos “auxílios mobiliários”. Eu explico.

Além do famigerado auxílio-moradia, que garante R$ 4,2 mil mensais para custeio de aluguel (valor turbinado em janeiro, com o acréscimo de R$ 4,1 mil que será retirado da cota parlamentar), cada deputado federal tem direito a R$ 39 mil de auxílio-mudança, uma espécie de salário-extra que o Congresso (leia-se o contribuinte) paga aos parlamentares todo começo e fim de legislatura.

Para o contribuinte ter uma noção do abuso, eu publico aqui uma breve comparação. O valor do auxílio-mudança pago no início e no fim da legislatura (ou seja, o parlamentar recebe a bolada no momento de chegar e, também, na hora de deixar Brasília) é superior ao total recebido em um ano pelo trabalhador brasileiro.

Hoje, e conforme dados divulgados pelo IBGE, o rendimento habitual médio no país ficou em R$ 2,7 mil, o que resulta em pouco mais de R$ 35 mil por ano (com o 13º salário). É isso. O valor depositado na conta de cada parlamentar para custear a mudança dele para Brasília é superior ao rendimento anual médio do trabalhador que sustenta a boa vida dos políticos. É por essas e outras que o Brasil é um país refém dessas “autoridades”.

O assunto não é novo, reforço. Pelo contrário. Os primórdios do auxílio-mudança remontam ao período do fim do Estado Novo. A constituição de 1946 estabeleceu uma ajuda de custo aos novos congressistas de todo o país, em uma época na qual o Rio de Janeiro era a capital federal, e o transporte aéreo era um verdadeiro luxo em solo nacional. Hoje, porém, o auxílio mudança transparece como uma indevida e vergonhosa regalia em meio às mazelas da realidade brasileira. Sem falar em tantos outros penduricalhos garantidos aos membros do Planalto, do Congresso e, claro, do Supremo Tribunal Federal. Por lá, tem verba-extra para tudo. Menos para moralizar essas próprias e importantes instituições públicas.

História da comunicação

A foto é da semana passada e reúne uma turma de ex-colaboradores do jornal O Informativo. Fernanda Mallmann, Helena Baségio, Glaucia Schumacher, Jane Mazzarino, Andreia Rabaiolli, Simone Rochembach, Graziela Muniz, Eliane Schneider, Deolí Gräff, Laerson Bruxel e Dinarte Jungles se reuniram para debater o futuro (e o passado) do jornalismo regional. Para os próximos encontros, explica Graziela Muniz, outros ex-integrantes do histórico periódico também serão chamados para a roda de conversa e nostalgia. “A ideia é fazer mais encontros. Falar sobre as reuniões de pauta, sobre alegrias e tragédias, e das glórias de fazer jornal tempos atrás. Relembramos alguns fatos e fontes, e brindamos aos que já partiram”, resume ela, uma das idealizadoras do recente movimento. Um movimento sublime. Afinal, são pessoas que ajudaram a escrever uma história digna, verdadeira e fundamental ao desenvolvimento do Vale do Taquari.

Dragagem, supressão e novos negócios

Em abril de 2021, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Tansportes (Dnit) emitiu a Ordem de Serviço para início da dragagem em um trecho do Rio Taquari. Desde então, os serviços ocorrem entre os municípios de Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Venâncio Aires, Taquari e General Câmara. Ou seja, apenas no trecho entre a barragem e a foz no Rio Jacuí. O contrato milionário, que foi pauta regional após uma matéria divulgada no fim de semana pela assessoria de imprensa do Dnit, ainda não prevê a dragagem entre a eclusa e o Porto de Estrela. Ainda não, reforço. Afinal, a Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) trabalha de forma insistente para aditar o contrato e reestabelecer a navegação no complexo portuário. E as tratativas estão bem avançadas. Aliás, a E-Log também solicitou nesta semana um estudo ambiental (para supressão de vegetação) de uma área verde localizada ao lado dos silos da Nutritec, próximo à BR-386. O valioso local será oferecido para a instalação de novas empresas e negócios.

Schneider volta ao MDB, Jonas se aproxima do PSDB

Prefeito de Estrela, Elmar Schneider confirma o retorno ao MDB. O evento de filiação ocorre no dia 4 de abril, a partir das 19h30min, no Estrela Palace Hotel. O momento será prestigiado por diversas autoridades locais, e também contará com a presença do vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB). Schneider estava sem partido desde agosto de 2021, quando anunciou sua desfiliação do PTB, partido pelo qual foi eleito para comandar a prefeitura estrelense. Pelo MDB, ele foi eleito deputado estadual nos pleitos de 1998 e 2002. Na região alta do Vale do Taquari, outro movimento deve enfraquecer ainda mais o PTB regional. Jonas Calvi, prefeito de Encantado, está muito próximo de fechar acordo com o PSDB, partido do governador Eduardo Leite.

TIRO CURTO

• Oficialmente, o prefeito de Estrela está de férias. Mas Elmar Schneider aproveitou a manhã de quarta-feira para convocar alguns agentes políticos para uma reunião em sua casa. A pauta não foi divulgada. Mas, e segundo um assessor, “o homem não para”. À tarde, ele visitou o prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch (MDB). Em pauta, o fortalecimento da Amvat.
• Sobre a Amvat, os prefeitos se reúnem no dia 1º de março para a Assembleia Geral que ocorre no Estrela Palace Hotel.
• As obras da primeira usina de asfalto da CCR Via Sul no Brasil, construída em Estrela, devem ser concluídas em março. Ainda sobre as obras no trecho estrelense da BR-386, o governo municipal segue na luta por mudanças no projeto original, especialmente no que se refere aos acessos municipais e na ligação entre os bairros Centro e Pinheiros.
• O governo de Encantado aguarda para hoje a visita de empresários da Itália e da Eslovênia. Em pauta, novos empreendimentos na cidade.
• Em Arvorezinha, empresário quer reunir 1,5 mil pessoas para tomar chimarrão de forma simultânea e, assim, ingressar no disputado Livro dos Recordes. O evento ocorre no dia 19 de março e já conta com apoio de ervateiras da cidade.
• As primeiras divergências entre o “novo” governo estadual e os líderes locais já iniciou. E o debate envolve os custos de instalação do sonhado sistema de “free flow”.
• A Amturvales anuncia para o dia 7 de março, às 19h30min, a (re) inauguração da Rota da Erva-Mate. O roteiro turístico na região alta do Vale do Taquari foi originalmente inaugurado em 2002, e agora será apresentado aos turistas com novos empreendimentos, nova marca e novas sinalizações.
• O alto índice de suicídios (ou tentativas de) no Vale do Taquari preocupa autoridades de Lajeado. No Executivo, já surgiu a proposta de criação de um comitê especial para tratar o tema. E o debate também deve chegar ao movimento Pro_Move.

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