Retomada de programa promete destravar habitação popular

MINHA CASA, MINHA VIDA

Retomada de programa promete destravar habitação popular

Incremento no número de contratações gera boas perspectivas para construtoras da região. Setor ainda aguarda definição dos critérios para operações de crédito

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Atualizado quinta-feira,
16 de Fevereiro de 2023 às 16:50

Retomada de programa promete destravar habitação popular
Construtora de Lajeado projeta vender cerca de 490 unidades habitacionais pelo Minha Casa, Minha Vida durante o ano. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari

O governo federal anunciou esta semana a retomada do Minha Casa, Minha Vida. A nova fase do programa de habitação popular foi oficializada por meio de Medida Provisória e tem como prioridade o atendimento de famílias em áreas urbanas, com renda mensal de até R$ 8 mil, e em áreas rurais, com faturamento anual inferior a R$ 96 mil.

Pela avaliação de representantes do setor da construção civil, o anúncio do programa repercute de forma positiva no mercado. Contudo, ainda resta detalhar critérios sobre as operações de crédito e subsídio de juros. De acordo com o presidente do sindicato da construção civil no Vale do Taquari (Sinduscom-VT), Jairo Valandro, não há indicativo do valor disponível para este ano.

Valandro observa que será prioridade do governo a conclusão de imóveis já iniciados. “Aqui na região não há casos de obras suspensas, mas muitas empresas desistiram do programa pela dificuldade de acessar recursos e margem cada vez mais estreita.” O presidente do Sinduscom-VT alerta ainda para o aumento dos custos da construção civil durante o período.

Apesar das dificuldades na operacionalização do programa nos últimos anos, o que refletiu em menor número de contratos, Valandro reforça a demanda por imóveis na região. “Percebemos importantes atualizações no programa, entre elas a possibilidade de comprar imóveis usados e faixa de renda familiar maior.”

Além do aspecto da renda, o novo formato do Minha Casa, Minha Vida também prioriza que o título do imóvel seja entregue para mulheres chefes de família. A partir do programa, o governo federal também espera criar postos de trabalho e renda, promover o desenvolvimento econômico e social e ampliar a qualidade de vida das famílias.

Mais 490 imóveis em Lajeado

Uma das construtoras com tradição em residências pelo Minha Casa, Minha Vida pretende negociar mais 490 unidades habitacionais durante o ano em Lajeado. A empresa já entregou mais de 700 imóveis e outras 500 estão em obras.

De acordo com o sócio da C2B Imóveis, César Bergesch, o nível de exigência da região é maior e para manter os empreendimentos acessíveis pelo programa do governo federal aposta em tecnologia. “Existem várias técnicas na construção civil para a performance de custo. Se fosse pelo modelo tradicional não seria possível.”

Bergesch acredita ainda em um aumento na demanda por este perfil de residências. “A Celic muito alta faz com que a poupança deixe de ser negócio. Por consequência, reduz a disponibilidade de recursos para financiamentos convencionais”. Ainda sobre o perfil dos clientes em Lajeado, as novas regras do programa do governo exigem que os imóveis sejam em áreas centralizadas, com infraestrutura. “Com isso precisa ter unidade de saúde, áreas de compras e de lazer próximas das casas”, detalha Bergesch.

A expectativa do empresário é para o novo limite de financiamento. No programa Casa Verde e Amarelo o valor máximo financiado era de R$ 196 mil. “Desde 2014 a primeira faixa para pessoas de baixa renda praticamente desapareceu. Já no governo anterior não havia essa estratégia econômica de juros subsidiados. Agora, esperamos por uma evolução na nova política habitacional.”

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