Escolas aguardam reformas prometidas pelo governo

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Escolas aguardam reformas prometidas pelo governo

Secretaria da Educação consulta direções para detalhar necessidades de melhorias na infraestrutura. Para o Vale do Taquari, foram destinados R$ 2,9 milhões para obras em colégios entre ano letivo de 2022 e deste ano. Junto com isso, coordenadoria adapta cargas horárias para evitar falta de professores nas primeiras semanas

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Atualizado terça-feira,
14 de Fevereiro de 2023 às 11:35

Escolas aguardam reformas prometidas pelo governo
Castelo Branco é a maior instituição da rede pública na região. É preciso trocar todo o telhado, parte do assoalho e a fiação elétrica. Crédito: Filipe Faleiro
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Mais de 19 mil estudantes da rede pública estadual retornam às aulas na próxima semana, em 23 de fevereiro. Em meio ao recomeço do ano letivo, o Executivo gaúcho tenta pôr em prática o plano de melhorias e reformas nas escolas.

No Vale do Taquari, a 3ª Coordenadoria Regional de Educação tem 86 colégios, com níveis do ensino Fundamental, Médio, técnico, curso normal e para jovens e adultos. De acordo com a responsável, Cássia Benini, nenhuma das escolas tem problemas sérios que possam impedir o retorno das atividades.

“Apesar de termos escolas em prédios antigos, a maioria está em boas condições. Claro, são necessárias melhorias e adequações”, diz. Entre as quais, frisa questões voltadas à modernização, com instalação de cabos para internet e troca da fiação elétrica. “No passado não se tinha os aparelhos de hoje. São computadores e condicionadores de ar. Isso exige qualificação dos sistemas elétricos”.

Um plano de ação está em curso. As secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp) e de Educação (Seduc) produzem um diagnóstico sobre as condições das instituições de ensino. As direções respondem a um questionário, em que apontam quais os pontos mais críticos em termos de infraestrutura.

Em reuniões com as equipes, o governador Eduardo Leite tem reforçado que a área do ensino é a prioridade desta gestão. A estratégia do Piratini é aproximar as equipes das secretarias e reduzir os trâmites burocráticos entre a chegada dos projetos e os investimentos. Fora as melhorias estruturais que necessitam de projeto técnico, o governo do RS criou o Programa Agiliza na Educação, com o investimento de R$ 228 milhões. Deste total, as escolas da 3ª CRE, receberam cerca de R$ 6,1 milhões.

O recurso usado para pequenas reformas foi suficiente para a Escola Guararapes, em Arroio do Meio, reformar todos os banheiros, afirma a diretora Valquíria Pretto Dienstmann. “Com a autonomia financeira, melhoramos as condições em diversas salas. Todos os espaços das aulas contam com climatização”, afirma.

“Há movimentos em curso para tornar mais ágil a execução das obras”, destaca Cássia. Com o diagnóstico dos questionários, o plano do governo é definir as melhorias mais urgentes. Em toda a rede estadual do RS, são mais de 2,3 mil escolas, para um total de 744 mil matrículas.

Equipe de professores

Junto com as reformas na estrutura, outra preocupação é garantir professores para as primeiras semanas do ano letivo. “Estamos com um esforço tremendo para que não tenhamos faltas. No nosso planejamento com as direções, feito ainda em dezembro, tivemos de mudar devido as exonerações, dispensas, professores que assumiram outros contratos e as licenças”, diz a coordenadora da 3ª CRE.

No fim do ano passado, eram 1.616 professores atuando na rede estadual na região. Confirmados hoje são 1.589. O déficit de 27 profissionais indica que haverá poucos períodos ociosos, acredita Cássia. De acordo com ela, o número de professores depende da carga horária contratada. “Estamos tentando o máximo de horas para suprir o quadro”. As dificuldades na região estão nas disciplinas de Inglês, Espanhol, Matemática, Química e Física.


Obras urgentes

Nas escolas Carlos Fett Filho, Presidente Castelo Branco e Fernandes Vieira, todas em Lajeado, há demandas complexas, com necessidade de alto investimento. São obras que vão além das possibilidades para uso da verba de autonomia – recurso destinado para melhorias pontuais em que a direção pode encaminhar sem necessidade de licitação – para pintura, pequenos reparos e compras de materiais.

Prédio da Fett Filho

Na instituição do bairro Moinhos, a Fett Filho, a comunidade escolar espera há pelo menos 14 anos a construção do novo prédio. A licitação foi lançada em dezembro e está em fase de homologação do resultado.

O prédio atual não tem banheiro, cozinha e refeitório. Pelo projeto do Estado, o complexo de mil metros quadrados resolve o problema e também garante o aumento na oferta de matrículas.

O orçamento previsto supera os R$ 3 milhões. O resultado da concorrência é esperado para março ou abril. Passado esse trâmite, a construção poderia começar no segundo trimestre do próximo ano.

Hoje a escola tem pouco mais de 170 alunos matriculados. Por outro lado, há uma lista de espera crescente por vagas. O prédio antigo foi demolido em 2014. Desde então, os alunos usam banheiro, refeitório e as servidoras a cozinha em espaço alugado no Centro de Tradições Gaúchas (CTG), Raízes do Sul. Também há uma sala de aula dentro do CTG.

 

Crédito: Filipe Faleiro


Infiltrações no Castelinho

O telhado, a fiação elétrica e o parquet do Colégio Presidente Castelo Branco precisam de uma intervenção consistente. Em 2021 o projeto da reforma foi aprovado. Naquele ano, no dia do aniversário da instituição, em 26 de abril, um cerimonial para assinatura da Ordem de Serviço (OS) foi organizado.

A empresa vencedora se negou em assumir a obra, pois os valores previstos para a obra estavam defasados. Com isso, um novo projeto precisou ser feito, com atualização da planilha de preços. Conforme a diretora do Castelinho, Jurema Ferreira de Oliveira, servidores da Seosp estiveram na escola para o levantamento sobre as reformas.

Esse projeto está em fase de análise e deve ser encaminhado para licitação ainda no primeiro semestre. “O ideal seria iniciar as obras antes do inverno, pois a água da chuva escorre pelas salas. Além de prejudicar os estudantes, também há risco de curtos devido a fiação antiga”, relata.

Crédito: Filipe Faleiro


Consequências da enchente de 2020

A escola de Ensino Fundamental, Fernandes Vieira, ainda aguarda a reforma em três salas de aula, na sala dos professores, coordenação pedagógica e da sala de informática. Os danos aconteceram devido à enchente de 2020.

A água invadiu a escola e danificou o assoalho, já desgastado devido à infestação de cupins. O colégio tem mais de 90 anos. O projeto arquitetônico e a planilha de custos foi encaminhado à Seosp.

Após análise dos materiais, será elaborado o edital de licitação. Assim como no Castelinho, a previsão do Piratini é concluir o trâmite ainda no primeiro semestre.

Crédito: Arquivo/A Hora

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