Um olhar na Júlio

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

Um olhar na Júlio

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Num sábado quente de janeiro, justamente na semana do aniversário dos 132 anos de Lajeado, decidi caminhar pela rua Júlio de Castilhos com o objetivo de fazer um exercício de observação: um olhar sobre esta icônica rua. Eu explico: considero a Júlio de Castilhos um símbolo, uma referência, o coração da nossa cidade.

Cidade do comércio e serviços. Cidade do movimento. Cidade que recebe muitas pessoas daqui e “de fora “, uma base de sustentação importante de empregos, rendas, negócios. Eu comecei a caminhada na esquina do Posto Faleiro, no início da Júlio, quando de cara percebi os meus ouvidos estilarem : o barulho fora do bom senso de um carro de som quase estourou os meus tímpanos. Olhando para o cenário, fiquei incomodado. Além do som, o movimento descoordenado dos veículos, das pessoas atravessando a rua fora das faixas de segurança (que estão com a pintura desgastada), o trânsito não fluindo, me coloquei no lugar dos muitos consumidores que circulam pela Júlio e de como isso impacta nestas pessoas.

Continuando a caminhada, olhei para o Edifício Metrópole e senti uma nostalgia de um período bacana da minha infância. Tão alto , tão imponente onde a maneira arteira de se divertir era andar de elevador, no único que existia na cidade. Evidentemente muitas vezes fomos corridos pelo síndico que ali residia. Lembrei da Vila Olga, imaginando as reuniões e decisões importantes que ali aconteceram. Logo, o barulho e os fios dos postes de luz cortaram essas lembranças.

Já na esquina do Banco do Brasil, lembrei que o sonho de muitos jovens que iniciavam sua vida profissional era de trabalhar neste banco. Lembrei também que os estagiários usavam um uniforme azul claro que os destacava quando circulavam pela Júlio , isso despertava em nós um desejo maior de um dia passar num concurso do BB . Eu não consegui e nada a reclamar.

Olhando para o outro lado da rua, boas memórias do Colégio Alberto Torres, onde estudei, dos professores , dos colegas e amigos até hoje. Da Igreja Evangélica, das formaturas realizadas neste ambiente, dos cultos, dos casamentos , inclusive o meu. Parei por aí e retornei estava muito quente.
Eu acredito que Lajeado e especialmente a Júlio, tem grandes desafios a superar .

De alguma forma isso precisa ser feito em conjunto: o gestor público e o empreendedor privado. Fazer o básico já não é mais suficiente para a Júlio e a Cidade Polo. Quanto a mim, caminhar por Lajeado, estar na calçada, perto das pessoas , entrar nas lojas é um momento de integração. As calçadas e passeios dão boas lições. Vamos caminhar?

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