Setor calçadista fecha 2022 com  alta de 10% nas vagas de emprego

ECONOMIA

Setor calçadista fecha 2022 com alta de 10% nas vagas de emprego

Comparação com o ano anterior indica retomada. Com 10 mil trabalhadores, mão de obra empregada ainda está abaixo do período pré-pandemia. Teutônia responde por quase 30% da mão de obra empregada na região

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Atualizado sábado,
11 de Fevereiro de 2023 às 13:09

Setor calçadista fecha 2022 com  alta de 10% nas vagas de emprego
Teutônia emprega cerca de 2,7 mil pessoas no setor. Maioria das fábricas utiliza mão de obra do próprio município. Crédito: Divulgação
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O percentual regional está acima da média nacional, que foi de 9,1%, porém abaixo do crescimento estadual, de 14,7%. Ao todo, 9,5 mil pessoas fecharam 2022 com carteira assinada em indústrias calçadistas no Vale, em 25 municípios. Em 2021, eram pouco mais de 8,6 mil. Apesar do momento positivo, a geração de empregos no setor calçadista na região segue abaixo do período pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, 11,3 mil pessoas atuavam no setor. Os dados foram extraídos a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que o nível de emprego no país subiu em função do aumento da produção do setor, que encerrou o ano passado com crescimento de 2,4%, para mais de 840 milhões de pares. “Na pandemia todo mundo sofreu e no nosso setor não foi diferente. Depois, houve recuperação, puxada pelas exportações e o mercado interno. Por isso, podemos dizer que o ano foi bem positivo”, salienta.

Desafios da mão de obra

Maior empregadora no setor no Vale do Taquari, Teutônia responde por quase 30% da mão de obra regional. São 2,7 mil trabalhadores atuando em indústrias calçadistas. Número ainda abaixo de 2019, mas quase o dobro a mais do que em 2020, ano de maior impacto por conta das restrições nas atividades econômicas.

Presidente do Sindicato das Indústrias Calçadistas e do Vestuário de Teutônia e Região (Siticalte), Roberto Müller lembra que o município chegou próximo dos 5 mil trabalhadores no ramo. Porém, nos últimos anos, têm enfrentado a concorrência de outros setores da economia. “Nós temos vagas de trabalho sim. Mas deve ser levado em consideração que perdemos muita mão de obra para outros setores, sobretudo pela questão salarial. As pessoas foram procurar algo que pagasse um salário mais vantajoso. Por isso temos essa dificuldade”, pontua.

Apesar disso, Müller entende que o momento atual é positivo, ainda que seja difícil alcançar patamares anteriores à pandemia num curto prazo. “O setor calçadista é sempre o primeiro a gerar emprego num período de retomada. Mas é também o primeiro que sente os efeitos de uma crise”.

Maior demanda

Proprietário de uma fábrica de calçados de Teutônia, Vanderlei Weiand relaciona a falta de mão de obra com a maior demanda no setor. Cita o exemplo do seu estabelecimento, que aumentou a produção em 25% em 2023 na comparação com o ano anterior.

“Nós entregamos 10 mil calçados por dia. No começo do ano passado, era 8 mil. Isso também refletiu na abertura de mais vagas. Estávamos com 150 funcionários e agora chegamos perto de 190. Preenchemos apenas com pessoas de Teutônia, graças a uma intensa campanha de divulgação”, frisa.
Weiand considera a expectativa positiva para este ano, mas avalia que também dependerá do contexto econômico do país.

“Esperamos que seja mais um ano de crescimento”. Ferreira compartilha do mesmo sentimento. “Temos uma perspectiva de aumentar a produção em 1,6%. Se isso se concretizar, teremos abertura de mais postos de trabalho”.

 

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