Setor moveleiro avança e consolida potencial econômico

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Setor moveleiro avança e consolida potencial econômico

Exportações e maior demanda do mercado interno impulsionam faturamento das marcas. Com o crescimento das indústrias, região disputa segunda posição no ranking estadual do segmento

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Atualizado quarta-feira,
08 de Fevereiro de 2023 às 08:24

Setor moveleiro avança e consolida potencial econômico
Com pedidos até março, empresa de Lajeado trabalha para atender aumento da demanda. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Com cerca de 300 empresas e mais de 2,7 mil trabalhadores, o setor moveleiro é um dos destaques da economia regional. A qualificação na área e diversidade de matéria prima tornam o Vale do Taquari referência no segmento. Apesar de fatores como inflação e alta nos custos de produção, a demanda por móveis de madeira segue em alta.

Em ranking estadual, a região disputa o segundo lugar com o polo de Lagoa Vermelha. Na liderança aparece Bento Gonçalves, na Serra. De acordo com Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), o faturamento das marcas gaúchas cresceu 3,2% em 2022. O incremento é atribuído à demanda do mercado interno e maior valorização com as exportações.

As vendas dentro do país têm reflexo da maior dedicação das pessoas com os imóveis durante o período de pandemia. No caso do empresário Joel Zagonel, de Lajeado, ele tem pedidos do ano passado em produção. “Até março estamos no limite da capacidade. A demanda em 2022 foi uma das maiores já registradas em 40 anos de trabalho na área. Poderia ter duplicado a empresa.”

Diante da demanda reprimida, as indústrias projetam crescer cerca de 5,1% em produção neste primeiro trimestre de 2023. “Ainda estamos um tanto inseguros quanto os próximos meses. Houve a mudança no governo e de certa forma impactou a economia como um todo. Muitos clientes preferem esperar mais um pouco para decidir se contratam o serviço”, observa Zagonel.

Em meio ao crescimento, as indústrias enfrentam a falta de mão de obra qualificada. Na empresa de Zagonel são mais de 20 funcionários. “Está cada vez mais difícil encontrar pessoas preparadas. Quando encontramos são devidamente valorizadas e ficam na empresa até se aposentar.” Nesse segmento, a remuneração varia de R$ 3 mil a R$ 6 mil.

Qualificação do setor

Há cinco anos o Sebrae/RS iniciou projeto para qualificar empresários do setor moveleiro. Pelo menos 50 marcas da região aderiram à proposta e além de profissionalizar a gestão, também participaram de feiras com as principais tendências.

De acordo com a gerente regional do Sebrae, Liane Klein, levantamento na época indicou que mesmo com todo o potencial do Vale no segmento moveleiro, havia a necessidade de treinar as equipes. “Concluímos esse trabalho em dezembro do ano passado após diversas atividades, entre cursos e troca de experiências. Para este ano também vamos proporcionar a participação da feira em Milão, na Itália.

Maior faturamento

Entre os principais destinos dos móveis do Vale do Taquari estão a região metropolitana, litoral e exportações. Já no contexto geral das indústrias brasileiras, as vendas para outros países representaram 254,6 milhões de dólares, sendo Estados Unidos, Uruguai e Chile os principais compradores. No comparativo de 2022 com o ano anterior o recuo foi de 13,1%.

Mesmo com maior faturamento, o desempenho das indústrias impactou de forma negativa a geração de empregos. A queda foi de 1,88% em relação a 2021. Hoje, são mais de 2,4 mil empresas que geram 37,7 mil empregos diretos no RS.

De acordo com o presidente da Movergs, Rogério Francio, de modo geral o desempenho foi positivo. “Sempre vão existir dificuldades de diferentes ordens no mundo dos negócios. Tivemos um 2022 de incertezas e assim tende a ser o início de 2023, até que o mercado se reacomode.”

Para 2023, a projeção é de um primeiro semestre de expectativas às ações do novo governo. Já para as exportações, o segmento moveleiro espera retomar as vendas em maior volume para compensar o desempenho do mercado interno.

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