Preservar para permanecer

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Preservar para permanecer

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Atualizado sábado,
04 de Fevereiro de 2023 às 12:32

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Na maioria das cidades banhadas por rios, como é o caso do Vale do Taquari, a origem das comunidades começou por ali. Os barqueiros vinham por água trazendo mercadorias que eram distribuídas até a serra. Era até Colinas, Estrela ou o porto em Lajeado que as embarcações navegavam e, depois, os peregrinos desciam à terra para encontrar hospedarias, restaurantes e bares.

Grande parte dessas edificações antigas que vemos pelas cidades e que não sabemos da história estiveram ligadas com esse começo de civilização por aqui. Talvez, ainda sejam consideradas jovens para a idade dos povoados de imigrantes e nativos que se instalaram aqui. Mas, com um pouco mais ou um pouco menos de 100 anos, ainda carregam aquelas histórias.

Histórias curiosas, eu diria, de um tempo em que eu ainda hoje, tento imaginar. Os antigos cinemas, as antigas casas de festa. Parece outro mundo. Mas é apenas outra época. Em 100 anos, tanta coisa mudou. Tecnologias surgiram, assim como equipamentos ou mesmo organizações sociais que, hoje, não imaginamos viver sem. Imagina tomar banho de balde! Ou passar a noite com uma luz de candeeiro!

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Assim sendo, tento também olhar para o futuro. Raica e eu mesmo conversávamos sobre isso no caminho até Colinas, onde muitas dessas antigas casas ainda são conservadas. O que serão dessas estradas ainda com vias simples daqui a 100 anos? Na verdade, nem é preciso ir tão longe. Em dez anos, aposto, muita coisa será diferente.

E aí vem aquele sentimento contraditório. Por um lado, que bom que a modernidade chega cedo, para que a evolução nos traga mais conforto, segurança e qualidade de vida. Por outro, que pena das coisas que vão ficar pra trás.

Por isso preservar se torna cada vez mais importante. Se não tiver ninguém para nos contar o que esteve aqui há 10, 20, 30 ou mesmo 100 anos, a história das cidades e a nossa própria vai se perdendo. Por enquanto, elas ainda habitam os livros antigos ou esses grandes casarões. Sem eles e sem que haja quem os proteja, a história se perde e

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