“Porto parece uma extensão do Brasil”

ABRE ASPAS

“Porto parece uma extensão do Brasil”

A chance de construir um futuro fora do Brasil levou a lajeadense Nathalia Olsen, 22, para a cidade do Porto, em Portugal. No país desde setembro de 2022, a estudante de design gráfico pretende concluir a formação na Europa e não descarta morar em outros países.

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“Porto parece uma extensão do Brasil”
Crédito: Arquivo Pessoal
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O que te levou a Portugal?

Eu sempre tive vontade de viajar e expandir meu horizontes, ter novas experiências, conhecer o mundo. A história dos lugares, das pessoas. Portugal foi o país que mais se encaixou no estilo de vida que eu procurava. Outro ponto muito importante foi o fato de Portugal ter como língua nativa a mesma falada no Brasil.

Como foi a decisão de deixar a vida no Brasil e partir para um outro país?

Foi muito difícil. Sempre morei perto da família, sou muito apegada a ela e ao amigos. Mas ao mesmo tempo viajar para um outro país era empolgante e muito desafiador. Inicialmente a ideia era fazer um intercâmbio por intermédio da universidade, então comecei a pesquisar e vi que aqui na Europa eu teria mais oportunidades para ampliar inclusive minha área profissional. Mesmo tendo noção e ciente das dificuldades que encontraria, estava disposta a ficar e concluir meus estudos aqui. Tive que estabelecer metas, objetivos e me fortalecer emocionalmente, pois a saudade da família e dos amigos é muito grande. Sempre tive o apoio de todos e mantenho contato diariamente, o que tem amenizado um pouco essa ausência.

Qual a tua rotina em Porto?

Como um dos meus objetivos era ter mais responsabilidade e autonomia, inclusive financeira, quando cheguei aqui já fui logo procurar um trabalho que eu pudesse conciliar com meus estudos. Atualmente trabalho em um brunch (espécie de padaria) e curso design gráfico.

O que mais te chamou a atenção no novo país?

Portugal é um país que possui muita diversidade cultural. Por conta da universidade e do turismo, aqui há contato com diversas culturas e pessoas do mundo inteiro. Outro ponto importante e que chamou minha atenção foi a segurança. No Brasil, eu estava muito desconfortável com a falta de segurança, com medo de andar sozinha nas ruas, de ser assaltada. Aqui em Portugal me sinto segura em relação a esse aspecto. Ter a tranquilidade de sair, de andar despreocupada pelas ruas e não ter medo é algo libertador.

Como é a interação com os brasileiros?

Brasileiros é o que mais encontramos por aqui, principalmente onde estou. Porto parece uma extensão do Brasil. Na maioria das vezes são todos muito acolhedores e gentis. Como todos somos imigrantes aqui, temos muita empatia um pelo outro.

Quais as principais semelhanças e diferenças que notou?

Por ter muitos brasileiros aqui, acaba que o choque cultural não é tão grande quanto nos outros países da Europa. Mas num geral, toda a Europa ainda é muito machista, conservadora e xenofóbica e Portugal segue a mesma linha. Uma das principais diferenças aqui é a falta do calor humano dos brasileiros, da acolhida. Aqui as pessoas são mais frias e sérias, mas claro, sempre tem as exceções.

Pretende ficar em definitivo no país?

Por enquanto pretendo ficar em Portugal, pelo menos até concluir minha formação. Não tenho vontade de voltar para o Brasil, mas sim tenho curiosidade de conhecer outros países e, quem sabe, num futuro, me mudar.

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