“Ó mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
De um lado este carnaval
De outro a fome total”
A música A Novidade, composta por Gilberto Gil e Herbert Vianna, lançada em 1986 – há quase quatro décadas – continua atual. Se na época era uma crítica à sociedade capitalista, hoje cabe à situação vivida pelo povo yanomami. Os indígenas vivem uma crise humanitária que atrai a Roraima autoridades do governo e representantes de entidades. Ontem, 30, uma comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania chegou ao local para apurar a situação. A comitiva fica até quinta-feira, 2.
Luta desleal
Além de serem esquecidos, assim como os demais povos tradicionais, os yanomamis têm que lutar bravamente contra os garimpos ilegais. Não só pela posse da terra, mas também pelo estrago ambiental causado pela extração de ouro. O mercúrio é utilizado para separar o minério do lodo. Altamente poluidor, o mercúrio contamina a água e influencia na população de peixes, um dos principais alimentos dos indígenas.
Quase morte
Será que é preciso devastar quase até esgotar uma floresta para então pensar em preservar? Será que é preciso poluir um manancial até ficar quase sem oxigênio para então iniciar a recuperação? Será que é preciso deixar uma tribo em estado de inanição para então oferecer ajuda humanitária?
Força nacional do SUS em atendimento aos Yanomamis. Crédito: IGOR EVANGELISTA/DIVULGAÇÃO
A coisa certa
Pode parecer utopia, mas tenho esperança que um dia as pessoas optem por fazer a coisa certa. Discernir o certo do errado não é tão difícil assim, afinal, em caso de dúvida, temos vários instrumentos para pesquisar leis, normas, condutas, etc..
Fiscalização
Enquanto as pessoas insistirem em fazer a coisa errada, órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terão que montar estruturas como grupo especializado para a fiscalizar fraudes contra o sistema de controle florestal.
Propósito
O grupo especializado tem a missão de “detectar, qualificar e dimensionar a magnitude das fraudes aos sistemas de controle florestal; buscar os dados negados de interesse das investigações das fraudes; identificar, autuar, suspender e adotar as medidas administrativas cabíveis em desfavor de empreendimentos envolvidos com fraudes; e executar ações de fiscalização ambiental e de inteligência integradas com outras instituições envolvidas com a repressão de crimes ambientais sobre o assunto”.
Custo x investimento
Caso as pessoas fizessem a coisa certa, o custo financeiro e com recursos humanos para manter o grupo especializado poderia ser investido em outras ações importantes ao coletivo.
Peixes grandes
É claro que não estamos falando de contraventores, tampouco de pessoas desprovidas de conhecimentos básicos. O grupo especializado do Ibama tem como foco os peixes grandes – organizações criminosas. É, talvez seja utopia…
PEXELS/DIVULGAÇÃO
Vale em Pauta
Sexta-feira: 3/2Thalys Rian Stobbe, capitão comandante da 2ª Companhia do 6º Batalhão de Bombeiro Militar
Tema: Os perigos dos rios e arroios da região
