Sinais na infância podem revelar futuros problemas ortopédicos

NOSSOS FILHOS

Sinais na infância podem revelar futuros problemas ortopédicos

Nem todas as situações, conforme especialista, necessitam de tratamento. Porém, alguns casos exigem cuidado e acompanhamento. Assunto foi tratado em programa da Rádio A Hora

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Sinais na infância podem revelar futuros problemas ortopédicos
Profissional especialista deu dicas, recomendações e desmistificou algumas situações sobre a ortopedia. Crédito: Deivid Tirp
Lajeado
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Problemas ortopédicos que surgem nos primeiros meses após o nascimento podem comprometer o desenvolvimento da criança e do adolescente. Se determinadas situações oferecem pouco risco, em outras a atenção dos pais deve ser redobrada. Por isso, o recomendado às famílias é sempre procurar um profissional especializado para o melhor encaminhamento.

Com o propósito de orientar e também desmistificar algumas situações, a edição dessa quinta-feira, 26, “Nossos Filhos”, programa multiplataforma do Grupo A Hora, debateu os problemas ortopédicos na infância. A médica ortopedista pediátrica Liégenes Feil, professora do curso de Medicina da Univates, foi a convidada.

Liégenes, que também é presidente do Comitê de Ortopedia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do RS, destaca que algumas condições, como o pé chato, não impedem a criança de ter uma vida normal no futuro. Apesar disso, esta é uma preocupação constante de muitos pais.

“Falam que está torto, para trás. Mas isso faz parte do alinhamento normal. A maioria das crianças vai desenvolver o arco plantar até os seis anos. Se for algo flexível, sem rigidez e que não cause dor e não atrapalhe na marcha, e se nada disso tiver presente depois, essa criança vai ser um adulto com pé chato que tem uma vida normal”, salienta. Alterações nos pés, por exemplo, atingem cerca de 80% da população mundial. Em crianças, esse percentual varia, pois a formação ocorre, em média, até os oito anos.

Cuidados no desenvolvimento

Segundo Liégenes, apesar de muitos relatos de preocupação dos pais, não há uma comprovação científica de que determinadas brincadeiras ainda nos primeiros meses de vida podem causar escoliose ou outras deformidades nos membros inferiores.

“Obviamente, cada criança tem o seu tempo. Uma brincadeira de 10 a 15 minutos não atrapalha, só não pode ultrapassar isso. E quanto aos membros inferiores, é uma questão corriqueira”, salienta.

Uma preocupação é em relação a displasia do desenvolvimento do quadril, uma alteração que aparece ainda nos primeiros testes após o nascimento. Liégenes comenta que é necessário atenção a alguns sinais.

“Quando o bebê nasce e vai para a sala de parto, sempre tem o pediatra que acompanha. Ele já faz a investigação do quadril e vê se está alterado ou não. Depois que faz esse teste, precisa acompanhar. Mas nem sempre quer dizer que a criança tem a doença”.

Recomendações

Embora muito adotado por pais para estimular o ato de caminhar nos filhos, o andador, para Liégenes, não deve ser utilizado. “Não recomendo de maneira alguma, inclusive pelo risco de queda e fraturas. E se fala que ele ajuda no desenvolvimento da criança. Pelo contrário. Ele atrasa”, argumenta.

Por outro lado, o empurrador é considerado mais seguro para situações específicas, conforme profissional. “Claro que se deve ter alguns cuidados. É mais para quando a criança está remando um pouco mais. Tem um padrão de marcha para ser usado”.

Em relação aos calçados, Liégenes acredita que bebês não necessitam deste tipo de proteção, como um chinelo de dedo. “Sobretudo quando ele ainda não caminha. Sempre oriento as mães e os pais a tentar manterem os filhos sem calçado nesta fase. Claro, em uma situação de aniversário ou festa, pode botar um calçado diferente. Mas o ideal é deixá-lo se desenvolver de pé descalço”.

O uso da meia, por exemplo, pode substituir o calçado nesta fase, segundo Liégenes. “Existem outras maneiras de deixar o pé menos rígido e fechado, que não utilizando um calçado. Pode colocar uma meia, com antiderrapante ou silicone embaixo”.

Condições e problemas ortopédicos mais comuns

Andar na ponta dos pés

– É comum as crianças andarem nas pontas dos pés quando começam a andar. Porém, se passar dos três anos, é recomendada a consulta com ortopedista, pois pode ser um sinal de paralisia cerebral ou outras condições neurológicas;

Fraturas

– São alguns dos problemas mais recorrentes e exigem atenção dos pais e tomada de cuidados domésticos para serem evitados;

Pé chato

– Não chega a ser um problema nem uma doença ortopédica, pois não causa prejuízos para a criança. Um tratamento só é necessário em caso de dor, que normalmente é feito com uma palmilha com suporte de arco;

Joelho valgo e varo

– O joelho valgo, conhecido como “pernas em tesoura”, ocorre quando eles se voltam para dentro e é comum em crianças de 3 a 6 anos. Se o sintoma se acentuar ao invés de melhorar, um médico deverá ser consultado;

– Já o joelho varo, ou “pernas de cowboy”, acontecem quando há uma flexão exagerada dos joelhos, de forma que apontem para fora. Geralmente, se corrige sozinho com o tempo, mas pode indicar raquitismo ou doença de Blount (crescimento anormal da tíbia).

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