Como surgiu a ideia de fazer o Parque Histórico?
Sempre fui muito envolvido com a comunidade. Isso me fez vereador de Lajeado, secretário de Cultura e Turismo e depois também prefeito de Forquetinha. Enquanto percorria as comunidades do interior percebi que muitas construções históricas estavam abandonadas e corriam o risco de desaparecer. Em ida para Alemanha na década de 80 conheci parques nesse estilo, onde transferiram casas para espaços destinados ao turismo. Nesse meio tempo também organizei o maior desfile de resgate histórico e me aproximei com as famílias que detinham esses imóveis.
Em que momento recebeu o aval para avançar com o projeto e implementar a ideia?
A primeira indicação foi ainda em 1992. Depois em 1997 recebi o convite para assumir como secretário de Cultura e Turismo de Lajeado. Momento em que avançamos com a proposta. Em primeira tratativa a ideia era criar um espaço dentro do Parque do Imigrante. Logo se percebeu que não era o adequado e definimos a área onde é hoje o Parque Histórico.
Qual foi a motivação para desenvolver esse trabalho?
Não podia ver a história dos imigrantes alemães ser perdida com a deterioração das casas típicas. Com isso, assumi o desafio de em três anos concluir o trabalho de transferência das casas para o parque. Diante da falta de recursos públicos recorri também ao setor privado. Empresas custearam a transferência de casas. Teve ainda o apoio do consulado alemão e do Ministério do Turismo.
Como fizeram o transporte desses prédios históricos?
As construções no estilo enxaimel tem suas peculiaridades como é o caso do encaixe das peças de madeira e a numeração delas. Isso facilitou muito a desmontagem e reconstrução no parque. Claro que em meio a isso precisava resolver situações com os proprietários, em alguns casos até mesmo uma indenização simbólica pelo imóvel.
Qual é a importância do parque para Lajeado?
É um grande patrimônio cultural não apenas de Lajeado, mas de todo o Vale. Contribui inclusive com a articulação regional para o turismo. O que falta é alguém para acompanhar e detalhar essa história. Também fiz uma maqueta que está disponível em minha propriedade. O local é aberto ao público, quem quiser conhecer mais sobre a colonização alemã estarei disposto a contar. Além disso, esse acervo será importante para as celebrações do bicentenário da imigração em 2024.