Moradores cobram melhorias em serviços nos bairros periféricos

LAJEADO 132 ANOS

Moradores cobram melhorias em serviços nos bairros periféricos

Gargalos na educação, saúde, mobilidade e segurança foram expostos ontem durante o programa especial da Rádio A Hora 102.9 no bairro Santo Antônio. Iniciativa faz alusão aos 132 anos da cidade

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Moradores cobram melhorias em serviços nos bairros periféricos
Programa da Rádio A Hora reuniu moradores e representantes do governo na sede da Saidan, no Santo Antônio. Crédito: Felipe Neitzke
Lajeado
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Qualificação profissional para os jovens, melhorias no transporte público e disponibilidade de áreas de lazer. Essas são algumas das demandas de famílias que moram na periferia da maior cidade do Vale do Taquari. O cenário expõe a necessidade de maiores investimentos por parte do poder público nessas áreas.

Por outro lado, o trabalho de entidades, a exemplo da Saidan, contribui para transformar a vida de crianças e adolescentes. Há ainda projetos, como é o caso do Lajeado Pacto pela Paz e o Programa Vida + Viva Sem Álcool, que fazem a diferença no contexto social e de orientação às novas gerações.

Esses aspectos foram abordados ontem em mais um programa itinerante da Rádio A Hora 102.9. A presença no bairro Santo Antônio faz alusão aos 132 anos de Lajeado, celebrados hoje. Além de líderes comunitários, o Frente e Verso contou com a participação do promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach e representantes do governo municipal.

Na constatação da promotoria as demandas são antigas, mas não há projetos efetivos para mudar algumas realidades. “É uma vergonha para Lajeado ter quadra esportiva e pista de corrida em situação de abandono no Santo Antônio e um ginásio fechado no Conservas”, critica Diefenbach. Segundo ele, milhares de pessoas circulam e vivem nesses bairros e precisam de espaços públicos.

Diefenbach reforça que há pelo menos 15 anos observa situações semelhantes e a falta de programas para proporcionar melhores condições de vida aos moradores nos bairros distantes do centro. Em outro exemplo, falou da pavimentação.

“Há localidades onde o calçamento funciona, pois os proprietários estão dispostos a investir. Por isso temos de tratar os desiguais de forma desigual.”  Os gargalos nos serviços públicos também são identificados nas áreas de saúde e assistência social. De acordo com o promotor há necessidade de agentes comunitários atuarem nos complexos habitacionais Novo Tempo 1 e 2.

“Faltam oportunidades”

Conforme a presidente da Associação de Moradores do bairro Santo Antônio, Cristiane da Rosa, faltam oportunidades para capacitação ao mercado de trabalho. “Há muitos jovens que gostariam de estudar. Não tem curso técnico gratuito no bairro e não há passagem para ir ao centro.” A sugestão é para a escola estadual ter a estrutura ideal e oferecer qualificação profissional. “Meu filho Luiz fez curso de técnico em celular, tive que pagar. Para isso precisei de dois empregos, trabalhar ao fim de semana para conseguir oferecer essa oportunidade.”

Ao falar dos problemas na localidade, diz que a infraestrutura pública carece de melhorias. Algumas ruas estão esburacadas. Outras ainda com estrada de chão batido. “Em dias de chuva há barro e, em dias secos, há muita poeira na casa das pessoas.” A capela do bairro, em reforma, e o ginásio, com melhorias projetadas e material já em seu interior, são pontos positivos destacados por Cristiane.

Outra dificuldade revelada por Cristiane é o transporte público. “Trajeto de três quilômetros demora 40 minutos. A empresa faz o roteiro primeiro pelo Jardim do Cedro para depois chegar ao Santo Antônio. Aos domingos não tem transporte e o custo da viagem de Uber pode chegar a R$ 30.”

Iniciativas exaltadas

O secretário da Segurança Pública, Paulo Locatelli revela que o município pretende aumentar a sensação de segurança na periferia por meio da instalação de câmeras de videomonitoramento. Pelo menos um equipamento deve ser instalado nas proximidades de cada escola.

Na avaliação da coordenadora da Justiça Restaurativa, Tânia Rodrigues, a segurança também pode ser transformada por meio do diálogo. “A gente tem uma cultura que quando alguém comete algo errado para a sociedade, punimos. A justiça restaurativa promove o encontro para que as pessoas possam dizer por que causou dano para o outro, e como o outro se sente com isso.”

Por meio da educação, o setor de Trânsito orienta alunos das escolas públicas. “Usamos três personagens que conscientizam a prevenir acidentes”, destaca o agente municipal Paulo Andres, responsável pela iniciativa desde 2015.

Trabalho social

A Saidan é uma das tradicionais entidades filantrópicas da região e completa 70 anos em outubro. Criada para atender pessoas doentes passou por evolução e foi transformada para atender as atuais necessidades da comunidade. Desta forma, ela contribui na orientação de menores.

De acordo com o presidente Jorge Eckert, a entidade tem atenção voltada nos bairros da Zona Sul de Lajeado. “Temos como projeto construir um ginásio e pista atlética, tanto para aulas quanto a prática esportiva em alto nível.” A associação fará cedência de área para ampliação do posto de saúde e escola do bairro.

Segundo a diretora da escola Francisco Oscar Karnal, Marisete Mathes há ainda a necessidade de investimentos em profissionais. “As potencialidades aqui são imensas, mas faltam estímulos. Por isso da importância em qualificar os professores para proporcionar um atendimento diferenciado para a realidade local.”

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