Vale soma mais de 16,2 mil usinas fotovoltaicas

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Vale soma mais de 16,2 mil usinas fotovoltaicas

Mercado de usinas fotovoltaicas cresceu quase 2.000% em cinco anos. Apesar de mudanças sobre tributos, setor projeta manter ritmo de expansão

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Atualizado sábado,
14 de Janeiro de 2023 às 08:14

Vale soma mais de 16,2 mil usinas fotovoltaicas
Região conta com mais de 16,2 mil pequenas usinas de geração de energia solar. Crédito: DIVULGAÇÃO
Vale do Taquari

Alternativa para reduzir a conta de luz e contribuir na sustentabilidade, o mercado de energia fotovoltaica registra crescimento acelerado. Em cinco anos, o número de pequenas usinas geradoras na região saltou de 786 para 16,2 mil. Essas unidades somam mais de 146 mil quilowatt (kW) em potência instalada.

As placas em residências, empresas, propriedades rurais e prédios públicos representam 7,8% da geração no RS. Entre as cidades do Vale do Taquari com maior número de sistemas está Lajeado. São mais de 2,9 unidades geradoras com capacidade de 24,4 mil kW. Na região vizinha, Venâncio Aires também se destaca, com 2,6 mil usinas que produzem 20,7 mil kW. Os dados constam em painel da geração distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O avanço da energia solar é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. De acordo com a coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Mara Schwengber, essa modalidade também ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do país. “O sistema fotovoltaico reduz a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de bandeira vermelha na conta de luz da população.”

Na avaliação de Mara, o RS é hoje um importante centro de desenvolvimento da energia solar. “A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, comenta. Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao RS a atração de mais de R$ 9,7 bilhões em investimentos, geração de 54,1 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 2,9 bilhões aos cofres públicos, conforme dados da Absolar.

Rápida expansão

Segundo o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o crescimento acelerado dos projetos fotovoltaicos está ligado principalmente a fatores como o alto custo da energia elétrica no país, a queda dos preços da energia solar e a facilidade de financiamento com taxas atrativas.

“A energia solar ajuda a população e as empresas a se protegerem dos fortes aumentos nas contas de luz e contribui para a sustentabilidade do país. Graças à versatilidade e agilidade da tecnologia fotovoltaica, basta um dia de instalação para transformar uma residência ou empresa em uma pequena usina geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível”, observa Sauaia.

Com a expansão do sistema de geração própria, o RS se tornou o terceiro estado com maior potência de energia solar em telhados e pequenos terrenos. Segundo mapeamento da Absolar, o estado possui mais de 1,8 gigawatt instalado, com mais de R$ 9,7 bilhões em investimentos e geração de 54,1 mil empregos.

Segundo a entidade, o território gaúcho responde sozinho por 10,9% de toda a potência instalada de energia solar na modalidade. São mais de 207 mil conexões operacionais, espalhadas pelos 497 municípios. Essa infraestrutura contribuiu no fornecimento de energia para mais de 273 mil consumidores ligados às redes das concessionárias e cooperativas.

Novas regras ao setor

Desde sábado, 7, está em vigência a lei que regulamenta o setor de minigeração de energia. Até então, usuários não pagavam pelo uso da rede de distribuição, o chamado “fio-B”. A partir de agora, haverá tributação de 15% para novos projetos. O percentual aumentará de forma progressiva a cada ano até chegar à cobrança integral em 2029.

Ainda assim, há tratativas do governo federal em alterar as regras. Segundo especialistas do setor, mesmo com a tributação o sistema se torna viável no aspecto da economia na conta de luz. Para quem protocolou o pedido de acesso nas distribuidoras até 6 de janeiro ficarão isentos do pagamento da tarifa do uso da rede e de encargos até 2045.

De acordo com o diretor da Sollar Sul, Leonardo Porto, houve uma rápida expansão na energia fotovoltaica diante das vantagens. “Os financiamentos com taxas atrativas permitiram o consumidor trocar a conta de luz pela parcela do sistema de energia solar que em quatro anos se paga.” Na percepção de Porto, a nova lei até se torna mais atrativa em algumas situações. “No formato anterior alguns clientes pagavam mais na tarifa monofásica ou trifásica. Também havia cobrança de ICMS que pelas novas regras o Estado isenta esse consumidor.”

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