O Vale da Cerveja

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

O Vale da Cerveja

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Li com satisfação a matéria publicada na edição de quarta-feira sobre o “Circuito da Cerveja” em Lajeado, cujo objetivo é estimular a produção artesanal e regional. É uma boa ideia. Hoje o Vale do Taquari já se consolida como um polo cervejeiro. É uma cultura enraizada no DNA da população desde os tempos do “Ariri Pistola”.

Lajeado busca formas para integrar cervejarias locais

Uma cultura provocada pelos mais velhos, e aperfeiçoada pelos mais novos ao longo dos últimos anos. Dos tempos da antiga fábrica da Cervejaria Polar, passando pelas novas e muito bem conceituadas microcervejarias artesanais, pelos gastropubs que privilegiam a diversidade de sabores, pelo despertar do turismo gastronômico, e culminando com a Bela Vista da Fruki. Ora, a nossa região já construiu pilares suficientes para reivindicar a marca de “Vale da Cerveja”. Com moderação, claro.


Paz ou guerra?

O governo Lula precisa se decidir: ou prega a paz, ou alimenta ainda mais a guerra com os bolsonaristas. Eu explico. No domingo à noite, logo após a barbárie cometida pelos criminosos que invadiram, depredaram e defecaram nas sedes do Planalto, do Congresso e da Suprema Corte, o presidente chamou governadores e ministros do STF para uma simbólica caminhada pela paz. Só faltaram as pombas brancas. Mas deu certo e a imagem esfriou os ânimos.

Menos de uma semana depois, porém, correligionários que hoje ocupam cargos no alto escalão do governo federal utilizaram (de forma muito precoce, claro) os dados do cartão corporativo de Jair Bolsonaro para incendiar ainda mais as fervorosas e incontroláveis redes sociais, quando deveriam utilizar a influência para harmonizar o país. E eu pergunto: há mesmo interesse na paz, ou o atual governo pretende repetir os erros do antecessor?


Líderes e estratégias

A direita ainda está atônita. O baque gerado pelos criminosos que não respeitaram as regras de convivência em sociedade foi muito grande. E o mais desconcertante é a total ausência de um líder. O vácuo será preenchido com o tempo. Mas até lá o risco desses atos desorientados e praticamente suicidas como ação política será constante.

Por óbvio, e como de praxe, a esquerda já usa a tática de jogar todos no mesmo balaio. A narrativa em andamento é essa: toda e qualquer manifestação da direita é golpista, antidemocrática. E essa será a estratégia para as próximas semanas, com o claro objetivo de liquidar – politicamente – a atual oposição.


E a ERS-419, governador?

Única prefeita no Vale do Taquari e atual presidente do G7 (o grupo formado pelos gestores de Teutônia, Imigrante, Westfália, Paverama e Poço das Antas, Fazenda Vilanova e Colinas), Vânia Brackmann cobra melhorias na ERS-419, uma importante via de escoamento da produção regional. A chefe do Executivo de Poço das Antas participou do programa Frente e Verso, ontem, e reforçou pedido ao governo estadual para as devidas providências na rodovia.


Segurança em Lajeado

No mesmo dia em que o governador do Rio Grande do Sul elogiou – e com razão – a segurança de Lajeado, que apresentou redução significativa no número de mortes violentas, o prefeito Marcelo Caumo recebeu um grupo de empresários ligados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade e preocupados com o aumento no número de ocorrências na área central. Eles estão aflitos com a “segurança física e patrimonial”. E não é por menos.


TIRO CURTO

• A Empresa Pública de Logística Estrela (E-Log) anuncia a contratação da ARW Ferragens para “serviços de reforma do telhado central”. O valor do contrato é de R$ 32,2 mil.

• O governo de Lajeado divulgou a revogação do processo licitatório para “contratação dos serviços de varrição urbana”.

• Em Encantado, o capitão Guilherme Anderson Caneppele é o novo capitão da 2ª Companhia do 22º Batalhão da Brigada Militar. Além da cidade sede, ele também será responsável por Roca Sales, Muçum, Vespasiano Corrêa, São Valentin do Sul, Dois Lajeados, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo e Relvado.

• Não sei se posso escrever. Mas vou arriscar. Ministro do STF, Alexandre de Moraes mandou afastar, sem ter sido provocado por órgãos de investigação ou mesmo por parlamentares, um governador eleito pelo voto popular. É uma “inovação”, digamos assim, que merece uma profunda análise por parte das instituições que sustentam o país. Uma análise, reforço.

• Em tempo. Precisamos é tomar cuidado para não buscar justificativas para os crimes ocorridos no domingo. Isso incentiva os extremistas a acharem que estão certos e repetirem os atos violentos. Manifestação pacífica, sim. Violência e destruição, jamais. E vida que segue.

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