Um novo “corredor ecológico”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Um novo “corredor ecológico”

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O governo de Lajeado realiza no dia 25 de janeiro a licitação para contratar uma empresa para “elaboração de estudo socioambiental”. O objetivo do contrato é definir as novas faixas de Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Taquari no perímetro urbano, da margem compreendida entre a divisa com o município de Arroio do Meio (ponte sobre o Rio Forqueta) até o limite com Cruzeiro do Sul.

As mudanças vão ao encontro do novo Código Florestal, e preveem alterações nos limites das intervenções próximas ao leito do rio. A previsão é diminuir de 100 metros para 15 metros em alguns pontos. Com isso, empreendimentos poderão ser construídos, reformados ou ampliados mais próximos à orla.

Entre os argumentos para a mudança, o barramento e alteração das margens por conta da eclusa, e fato do território da cidade ser caracterizado como zona urbana consolidada. E entre as projeções do governo municipal está a consolidação de um polo gastronômico junto ao centro antigo, e a consolidação da chamada “Rota da Inovação”, que interliga as ruas Bento Rosa e Osvaldo Aranha, e foi criada para fomentar novos negócios ligados à tecnologia e inovação, também está no radar dessas alterações.

Além de outros tantos empreendimentos já previstos por parte de empresários e investidores. Fato é que a principal cidade do Vale do Taquari busca se aproximar cada vez mais do Rio Taquari. E isso também exige muito bom senso e equilíbrio por parte de quem vai liberar tais novidades. Ah, e pulso forte, também.


Pesos e medidas

A forma como determinados agentes da comunicação tratam os opositores do novo governo chama a atenção. É um fenômeno que iniciou muito antes dos atos de vandalismo registrados em Brasília. Desde o fim do pleito, por exemplo, todo e qualquer protesto é chamado de “ato golpista” ou “antidemocrático”. Após a destruição na capital federal, então, todo e qualquer manifestante anti-PT virou “criminoso” ou “golpista”.

Em 2017, porém, quando militantes de esquerda protestaram contra o então presidente Michel Temer e atearam fogo em prédios de três ministérios, gerando destruição de equipamentos, documentos, mobiliários, incêndio em biblioteca do Ministério da Cultura e afins, eles foram chamados de “manifestantes”. E só.  Da mesma forma, é preciso considerar com sapiência a forma como muitos movimentos de esquerda são recebidos pelas forças de segurança, e comparar com a recorrente inação contra ações truculentas cometidas por grupos de direita.

Não é de hoje que os protestos capitaneados pelos partidos ou entidades esquerdistas geralmente são findados de imediato e com truculência, e, salvo algumas exceções, com uma boa dose de tiros de borracha, bombas de efeito moral, e outras ferramentas. No domingo em Brasília, por exemplo, restou claro que os baderneiros tiveram livre acesso aos três prédios que resguardam os pilares da nossa democracia. A discrepância nas ações não é a regra, claro. Mas costuma predominar. E muito.


Um réquiem ao Dinamite

Um atento leitor cobrou este colunista sobre a ausência de uma nota sobre a morte do maior artilheiro isolado da história dos campeonatos brasileiros de futebol, com 190 gols assinalados entre 1971 e 1992. Carlos Roberto de Oliveira morreu aos 68 anos e foi um dos maiores e mais elegantes futebolistas do Brasil.

Centroavante clássico e tradicional, ele consolidou uma carreira vitoriosa em solo nacional, onde foi ídolo máximo do Clube de Regatas Vasco da Gama, o popular “Vaxxcão”. E o apelido dele, que o tornou famoso no mundo inteiro, tem relação com o nosso Rio Grande do Sul. Carlos passou a ser “Roberto Dinamite” após um golaço na sua estreia pelo esquadrão cruzmaltino, em um jogo contra o Internacional.


TIRO CURTO

• Em Estrela, o jornalista Jonatas dos Santos deve assumir o cargo de Diretor de Comunicação no lugar de Fabiano Diehl, que deixou a função em dezembro. Santos foi coordenador de comunicação no primeiro mandato do ex-prefeito Carlos Rafael Mallmann, e secretário de Administração no segundo mandato. Ele também é muito próximo ao ex-vice-prefeito Valmor Griebeler, derrotado por Elmar Schneider no pleito municipal de 2020.

• Ontem ocorreu a solenidade de posse da nova Mesa Diretora da Câmara de Taquari. E o vereador Leandro Mariante (PT), que ainda responde como presidente da Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Avat), assumiu como novo presidente do Legislativo.

• A busca pelos responsáveis pela depredação dos prédios dos Três Poderes conta com auxílio de militantes. Por meio de redes sociais particulares, eles disponibilizam canais para denúncias. O governo federal fez o mesmo por meio de um e-mail específico. São dois fatos novos desta nova democracia.

• Em tempo, como é bom ver diferentes alas ideológicas (enfim) condenando atos de vandalismo maquiados de protesto. Nunca é tarde para aprender!

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