Após destruição em Brasília, atos pedem punição a vândalos

DEFESA DA DEMOCRACIA

Após destruição em Brasília, atos pedem punição a vândalos

Lajeado foi uma das cidades onde ocorreram manifestações em defesa da democracia ontem à tarde. Representantes do Vale no governo federal e no parlamento detalham cenário pós-depredação dos três poderes

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Atualizado terça-feira,
10 de Janeiro de 2023 às 08:10

Após destruição em Brasília, atos pedem punição a vândalos
Ato em Lajeado teve roda de conversa, com discursos de repúdio à tentativa de golpe de estado. Crédito: Luísa Huber
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Depois de um domingo que entrou de forma negativa para a história do país, com a depredação da capital federal, a segunda-feira, 9, foi marcada por manifestações em todo o país.

Convocados por movimentos ligados ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os atos também pediam a responsabilização e punição dos invasores por parte da Justiça. Em Lajeado, cerca de 50 pessoas se reuniram no Parque dos Dick no fim da tarde.

“Fizemos uma roda de conversa como um contraponto ao que ocorreu em Brasília. Promovemos um ato democrático, sem baderna, sem quebrar nada. Toda vez que a democracia for atentada, vamos ser resistência”, afirma o coordenador regional do PT, Jones Fiegenbaumn.

Até ontem à tarde, a Polícia Civil do Distrito Federal contabilizava mais de 200 prisões em decorrência dos atos em Brasília. Os detidos vão responder por diversos crimes, como golpe de estado, dano a bem público e lesão corporal. Quase 100 deles já foram transferidos para presídios nos estados de origem. Lula decretou intervenção federal em Brasília até 31 de janeiro.

Crime contra o patrimônio

Em Brasília desde o fim de dezembro para exercer mandato de deputada federal, Márcia Scherer (MDB) não estava na capital federal no momento da depredação. Ela aproveitava a folga do fim de semana para conhecer cidades vizinhas em Goiás quando tomou conhecimento do ocorrido.

“O que se vê em Brasília é uma depredação nunca antes vista na história do país. Enquanto policial, eu nunca vi um crime de tal magnitude contra o patrimônio. De pessoas que entraram nos locais com o propósito de danificar. Fizeram pouco caso do que representam as instituições”, lamenta a parlamentar.

Na avaliação de Márcia, houve negligência na segurança do entorno da Praça dos Três Poderes. “No dia da minha posse como deputada, e no dia da posse do presidente, você quase não conseguia andar na rua de tanta segurança. Cada local estava muito bem guarnecido. Brasília tem um corpo policial qualificado para esse controle de manifestantes e isso não foi acionado”.

Márcia se diz uma defensora da lei e da democracia desde a atuação no movimento estudantil. Agora pretende usar as semanas derradeiras no Congresso para auxiliar nos debates. “Minha posição é a favor dessa intervenção federal, até pelo conhecimento técnico na área”. Uma sessão extraordinária foi convocada para avaliar o decreto presidencial.

Desafio maior

Secretário de Comunicação Institucional do governo federal, Maneco Hassen estava no RS quando viu as imagens do caos em Brasília. Tão logo, preparou o retorno. Ontem à tarde, enquanto falava com a reportagem, ainda tomava conhecimento do tamanho dos estragos no Planalto.

“Vamos recompor o que foi destruído o mais rápido possível e reiniciar os trabalhos, que já estavam difíceis por não ter tido uma transição. Nosso andar foi o primeiro onde foi encerrada a perícia e conseguiram restabelecer minimamente as condições de trabalho”, comenta Maneco, que classifica os atos como “terroristas” e afirma que é “inaceitável isso ocorrer no país”.

Como parte de sua atuação, Maneco salienta que a Secretaria de Comunicação Social está na linha de frente sobretudo na orientação aos demais ministérios, de como proceder na comunicação interna e também na divulgação de informações à imprensa. “Estamos tomando pé de tudo. Um desafio que já era grande ficou ainda maior”.

Governador em Brasília

Eduardo Leite foi um dos primeiros governadores a se manifestar e condenar os atos em Brasília, ao classificá-los como “barbárie e terrorismo”.
Ainda no domingo, confirmou o envio de 73 policiais do Choque da Brigada Militar à capital federal. Ontem, atendendo ao chamado do presidente Lula, Leite participou de reunião com outros governadores em Brasília.

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