Moradores defendem reconhecimento de local como Morro da Ventania

ARROIO DO MEIO

Moradores defendem reconhecimento de local como Morro da Ventania

Líderes querem levar ao Legislativo e Executivo a proposta de alterar o plano diretor e definir nova nomenclatura e limite das localidades

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Moradores defendem reconhecimento de local como Morro da Ventania
Reivindicação é que área entre o bairro São José e Palmas Baixa seja reconhecida como uma localidade independente. Crédito: Gabriel Santos
Arroio do Meio
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A regularização dos limites e revisão do plano diretor de Arroio do Meio. Esses são os pontos defendidos por moradores que desde 2021 reivindicam ao governo municipal a nova nomenclatura e reconhecimento do Morro da Ventania, hoje indicado nos mapas municipais como São José.

A nomenclatura é usada há décadas pela comunidade, enraizada na história do município e reconhecida em livros didáticos. Porém, em 2020 com a instituição do novo Plano Diretor toda a área e elevação geográfica passou a ser chamada de Morro São José. Outra região até hoje é reconhecida como Morro Gaúcho.

Em maio de 2021 um abaixo assinado com centenas de participações foi levado ao governo municipal,que fez mudanças. Um ano depois, sem alterações, moradores ensaiam uma nova mobilização. O líder do movimento é o pastor auxiliar João Edson Reis Aires, 35.

Segundo ele, existem questionamentos dentro do novo Plano quanto aos limites e criação da localidade de Palmas Baixa no limite de São Caetano e a extinção do Salto do Rio Taquari que antes pertencia ao bairro. Para alguns moradores existem interesses econômicos por trás das nomenclaturas, e a unificação das localidades poderia beneficiar loteadores ou quem pretende instalar empreendimentos no local.

O termo Morro dos Ventos apareceu pela primeira vez em 1965, como Morro dos Ventos. A nomenclatura permaneceu no mapa de 2012, mas foi extinta no Plano Diretor de 2020. A intenção, de acordo com Aires, é mobilizar vereadores e moradores mais antigos e fazer com que o Executivo execute a revisão do mapa oficializado o Morro da Ventania e o Salto como localidades dentro da área rural de São Caetano respeitando registros históricos e arqueológicos.

Avanços importantes

O empresário João Carlos Hilgert atua no ramo imobiliário e preside a Associação dos Profissionais e Empresas da Construção Civil, Setor Imobiliário de Arroio do Meio (Apreciam). Há anos ele estuda a formação comunitária da cidade, desde a formação das primeiras fazendas até a instituição dos bairros e localidades. Segundo ele, para entender a formação e os limites é preciso voltar nos anos 1880.

No período houve a criação dos mapas e as primeiras divisões que levam em consideração o curso do Rio Taquari. Em Arroio do Meio, segundo ele, houve movimentos com a chegada de imigrantes alemães que colonizaram a chamada Fazenda São Caetano, que englobava até os municípios de Capitão e arredores.

Com o aumento populacional e abertura de travessões originou-se termos, que foram usados em registros históricos. “Os padres, professores da época usavam muito isso para definir as escolas e igrejas, por exemplo”. Para Hilgert, na elaboração do novo Plano Diretor, trouxe avanços importantes com o zoneamento rural e urbano, definição de distritos e bairros, nomeação de ruas e estradas, tudo, após audiências públicas.

Com isso, Hilgert cita que algumas localidades também deixaram de existir mas continuam no imaginário como é o caso de Banhados, na Forqueta Baixa, o Morro Vermelho e o Palmithal em São Caetano e o Morro da Ventania cujo termo passou ser usado na década de 1980, mas alguns moradores ainda definem a elevação como Morro Gaúcho. “A nova legislação trouxe benefícios.

Hoje, por exemplo, existe a estrada com nomes que reconhecem a história e numerações bem definidas. Especificamente o Morro da Ventania, faz parte de São Caetano e no mapa de estradas está reconhecida a AM-337 Estrada Morro da Ventania”, afirma.

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