Infestação pelo Vale indica risco de surto

ALERTA DE DENGUE

Infestação pelo Vale indica risco de surto

Conforme acompanhamento da Secretaria da Saúde do Estado, todas as cidades da região têm focos do mosquito da dengue. Equipes das Vigilâncias Epidemiológicas alertam para maior presença do aedes aegypti em áreas urbanas. Entre as maiores cidades, condição é mais preocupante em Lajeado e Estrela

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Infestação pelo Vale indica risco de surto
Equipe da vigilância avalia áreas. Levantamento mais recente aponta infestação em quatro bairros de Lajeado. Crédito: Filipe Faleiro
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A partir dos relatórios da Vigilância Epidemiológica, este verão será de alto risco para novos surtos de dengue na região. Em todos os 38 municípios do Vale, há presença tanto de larvas quanto do mosquito transmissor da doença.

De janeiro até 9 de dezembro, o sistema de acompanhamento da Secretaria de Saúde do RS (SES) contabiliza 6,1 mil contaminações (97% autóctones. Transmissão interna). De acordo com o relatório da Secretaria Estadual de Saúde (SES), os casos de dengue são notificados em todos os meses do ano, com aumento durante a sazonalidade da doença, entre os meses de novembro a maio.

Atenção estadual sobre Lajeado

As cidades mais urbanizadas contabilizam o maior número de contaminações. Neste sentido, Lajeado está nas áreas de atenção do governo gaúcho.
De acordo com a coordenadora epidemiológica, Juliana Demarchi, é elevada a chance de novo surto neste verão. “A circulação viral continua e temos a presença do vetor transmissor do vírus. O período crítico começa em dezembro até maio.”

Mesmo no inverno, os contágios por dengue continuaram. “Entre os meses de junho e setembro, confirmamos 72 casos e de outubro até agora, mais um. Estamos com outros 12 em investigação, aguardando resultado da análise laboratorial.” Entre novembro de 2021 até maio deste ano, o maior município da região enfrentou o pior momento da doença, com quase 4 mil pessoas contaminadas. Até então, nunca havia sido registrado um caso autóctone.

Sistema de saúde

Neste início de verão, não há nenhum paciente do Vale do Taquari internado por dengue. Em todo o RS, são oito pessoas, conforme o sistema de acompanhamento da SES. Seis em leitos clínicos, um é criança. Os dois restantes estão em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Destes, um dos pacientes em leito infantil.

Entre novembro do ano passado e maio, o surto de dengue sobrecarregou os serviços de saúde. Foram pelo menos seis óbitos confirmados. Cinco em Lajeado e um em Estrela. Em 2022, a SES registrou 66 óbitos pela doença e mais de 66 mil casos confirmados, número maior que a soma de todos os casos registrados no RS nos últimos sete anos.

Detalhes sobre o vetor

O ambiente perfeito para o mosquito são água com pouca profundidade, sem material orgânico e em locais escuros. “As larvas são fotofóbicas. Fogem da luz do sol”, destaca a bióloga da Vigilância Ambiental de Lajeado, Catiana Lanius.

Segundo ela, o monitoramento dos pontos com focos do aedes e a densidade populacional do vetor é feito a cada três meses e todos os meses pelo método ovitrampas. “Estas metodologias funcionam como um sistema de alarme para que as ações sejam executadas no local e no tempo oportuno a fim de reduzir o risco de epidemia.”

O aedes aegypti é um mosquito urbano e 80% dos criadouros estão dentro das casas. Com hábitos diurnos, a fêmea, transmissora da doença, se alimenta de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. “Após a alimentação, as fêmeas buscam criadouros com água parada e pouca matéria orgânica, localizados em locais sombreados.”

Por essas características, Catiana afirma que é baixo o percentual de larvas encontrados em piscinas. A partir das fiscalizações, a maior presença de potenciais pontos de proliferação estão em calhas, potes de água para animais domésticos, vasos, em especial em jardins com bromélias.

Como eliminar os focos em casa

Os depósitos preferenciais são em com água parada ou até em objetos secos, pois os ovos se grudam no recipiente.

– Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d’água ou outros reservatórios mal tampados, entre outros.

 Como orientação, a vigilância epidemiológica alerta:

– É preciso manter a caixa d’água tapada, assim como tonéis ou latões que estejam expostos à chuva;

–  Guardar pneus velhos em abrigos sem contato com água;

– Não acumular água em vasos de plantas ou nos pratos onde ficam (cobrir com areia)

– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises;

-Colocar embalagens de vidro, plástico ou lata em lixeira fechada;

-Manter a piscina tratada o ano inteiro.

Estratégias de combate

As seis maiores cidades da região juntas representam 90,5% dos casos de dengue confirmados em 2022 no Vale do Taquari. São 6,1 mil casos confirmados de janeiro a dezembro em 38 cidades. Lajeado lidera, com 65,8% deste total.

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