Cenário para 2023 exige serenidade, indica economista

NA CIC TEUTÔNIA

Cenário para 2023 exige serenidade, indica economista

Eleonora de Oliveira fechou a temporada de palestras promovidas pela entidade neste ano. Ela também abordou as perspectivas sobre inflação, taxa de juros e política cambial

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Cenário para 2023 exige serenidade, indica economista
Almoço empresarial ocorreu nas dependências do auditório 3 da CIC Teutônia. Crédito: Mateus Souza
Teutônia
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Uma palestra sobre as perspectivas e o cenário econômico para 2023 encerrou a temporada de almoços empresariais da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) na manhã de ontem, 7. O tema foi explanado pela economista Eleonora de Oliveira, que atua no Banco Cooperativo Sicredi, de Porto Alegre.

Segundo Eleonora, o contexto internacional se mostra desafiador para economias emergentes, como é o caso do Brasil. A desaceleração esperada na Europa, Estados Unidos e até na China afeta o cenário. “Nosso canal de demanda externa se enfraquece. Com isso, as commodities devem perder um pouco de valor e afetar nossas exportações”, projeta.

No cenário doméstico, a situação também aponta para dificuldades, com a taxa Selic elevada e o endividamento das famílias. Por outro lado, Eleonora projeta uma queda da taxa de juros. “Esperamos que comece a cair em meados do ano que vem. E para a inflação, a tendência é de que continue caindo, mas num processo mais lento”.

Nos últimos anos, conforme a economista, o mundo nunca viu tantos estímulos às economias num mesmo período. No Brasil, lembra que ações como o Auxílio Emergencial e as transferências aos municípios e estados foram importantes. “E tivemos alguns fatores, como o novo ciclo de valorização das commodities, o mini-boom do setor de serviços e um novo pacote fiscal. Foi muito positivo”.

Eleonora de Oliveira. Crédito: Mateus Souza

Transição

Outro momento da palestra foi a análise da transição de governo. Conforme Eleonora, o cenário de incertezas se dá, sobretudo, pelo fato do presidente eleito, Lula (PT), não ter uma maioria sólida no Congresso. No entendimento dela, para conseguir aprovar algumas medidas, precisará governar ao Centro e, até mesmo, acenar à direita.

“A equipe de transição têm discutido algumas medidas e vemos uma tendência para mais gastos. Precisamos saber qual a configuração da PEC da transição, pois isso pode impactar na Selic. Por isso, o momento é de serenidade. Mas, com a configuração do novo Congresso, não vejo base ampla para o futuro governo aprovar medidas tão heterodoxas ou com tantas guinadas”.

Arranjo Produtivo

Antes da palestra, o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa explanou sobre o Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas, estruturado ano passado e certificado pelo Estado neste ano. Rosa convidou os empresários do setor a fazerem parte do grupo.

“Hoje temos que resolver de forma individual as dificuldades que encontramos na indústria de alimentos. Há carência de uma entidade que consiga congregar essas necessidades. Então, baseado nesses princípios, partimos para a criação da APL”, sustenta Rosa, que destaca a importância das associações dentro do processo. “Elas são os nossos braços. Temos que usar essa rede de apoio, pois a região ganha muito com isso”.

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