Como lidar com doenças  alérgicas nas crianças

NOSSOS FILHOS

Como lidar com doenças alérgicas nas crianças

Especialista aborda os cuidados a serem adotados, formas de prevenir e também desmistifica mitos sobre a asma. Presença de ácaros e fatores genéticos estão entre as causas

Como lidar com doenças  alérgicas nas crianças
Quadros alérgicos foram explicados durante o programa “Nossos Filhos”. Crédito: Luísa Huber
Lajeado

Doenças e quadros alérgicos têm aumentado em todo o mundo, com a frequente busca por tratamento médico. Estima-se que, até 2050, metade da população do planeta terá algum tipo de alergia. Entre esse público, estão as crianças. Por isso, os cuidados dos pais com os filhos devem iniciar cedo.

A asma é uma das doenças que mais causam preocupações nos pais. Essa e outras doenças alérgicas foram os temas debatidos na edição de quinta-feira passada de “Nossos Filhos”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. O pneumopediatra Rafael Mariano Bandeira de Mello foi o convidado e abordou questões como sintomas, causas, tratamento e também alguns mitos.

Segundo o especialista, com a pandemia, muitos casos de quadros alérgicos foram desencadeados pelo fato das crianças permanecerem mais tempo confinadas em casa. “As pessoas tiveram mais contato com alérgenos domésticos, especialmente os ácaros. Isso potencializou as doenças alérgicas”, explica.

Em relação aos ácaros, Mello comenta que muitos se alimentam de restos de pelo e escamas de pele. “Encontramos muitos deles no travesseiro. Por isso, é importante, a cada inverno novo, trocar o travesseiro. Ele se coloniza muito fácil ali. E a asma é essencialmente desencadeada por ácaros. Mais da metade dos pacientes que entram em crise é por isso”.

Outra possível origem das doenças, segundo Mello, é pela poluição do ar. “Sem dúvidas isso preocupa. Quem mora em lugares próximos de vias expressas, com alto fluxo de caminhões que largam aquela fuligem, têm mais propensão a isso. Não só doenças respiratórias, mas também de pele”.

Identificação e sinais

Muitos pais de primeira viagem não sabem, mas o fator hereditário também influencia no desenvolvimento de asma e outras doenças alérgicas nas crianças. “Não há duvida que se você tiver um histórico alérgico na família, o fator genético aumenta essas chances. Provavelmente o teu filho vai ter. E a mãe sendo alérgica, traz mais riscos”.

Conforme o médico, o comportamento da criança com asma varia. Nos bebês, o espirro e a coceira no nariz e nos olhos são mais comuns, enquanto naquelas com 4 anos ou mais, é semelhante aos sintomas do adulto. “Se tem o chiado no peito e a crise de tosse, é um forte candidato a ter diagnóstico de asma”, reforça.

Outro sinal que os pais devem se antenar é com relação às atividades desenvolvidas pela criança. “A mais velha é fácil de se perceber quando tem uma crise asmática. Pode ocorrer quando sobe uma escada e começa a tossir, ou quando está brincando. São sinais de que tem algo estranho acontecendo”.

Tabu

Para muitas famílias, o diagnóstico de asma ainda é um tabu e quase uma sentença de que a criança não vai levar uma vida normal. Mello lembra que, com o passar dos anos, o organismo começa a entender melhor a doença e as crises diminuem. Ou seja, cria uma resposta imunológica melhor.

“Infelizmente não tem como modificar uma característica genética. Se ela tem essa tendência, vai ser um problema. Mas na medida em que os anos passam, isso se dessensibiliza. A criança com a asma controlada está em pé de igualdade com aquela que não tem”, comenta. Para ele, é importante também a prática de atividades físicas que aumentam a capacidade de aerar o pulmão.

Animais domésticos

Doenças alérgicas também podem ser potencializadas pelo contato com animais domésticos. Mas Mello minimiza essa situação e lembra a importância de cuidar a higiene dos pets. “Eu sou uma pessoa liberal em relação a isso. Há estudos que mostram o epitélio de cão e gato com potencial alergênico. Mas não vejo tanto isso na prática”.

Para ele, o principal problema é o fato do animal também carregar ácaro, o “grande vilão” das doenças alérgicas. “É um tapete vivo cheio de ácaro. Mas o que a gente faz? No caso do cão, dá banho nele, de preferência semanal. Já o gato está todo o tempo se higienizando, é mais fácil”.

Sintomas da asma infantil

• Tosse persistente e que acontece sem motivo aparente, como quando o paciente está dormindo ou fazendo atividades corriqueiras;
• Dificuldade para respirar;
• Sibilos ou ruídos no peito, que ocorrem quando o paciente respira;
• Respiração acelerada e curta;
• Sensação de peso no peito

Possíveis causas

• Hereditariedade
• Alergias
• Alimentação
• Prematuridade no nascimento
• Fumantes no núcleo familiar

Outras doenças alérgicas comuns na infância

• Rinite alérgicas
• Alergia alimentar
• Dermatite atópica
• Conjuntivite
• Urticária

 

 

 

 

 

 

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