“Sinto orgulho de ver como Lajeado  se tornou um grande centro comercial”

ABRE ASPAS

“Sinto orgulho de ver como Lajeado se tornou um grande centro comercial”

Natural de Ijuí, Marise Isabel Wolff, de 80 anos, se mudou para Lajeado com os pais na década de 1950. Professora, Marise integrou a primeira turma do Curso de Letras da Univates, que se formou em 1972. Neste sábado, 3, a turma de formandos se reúne novamente na Univates, depois de 50 anos. Além das aulas, Marise também esteve à frente da Casa Americana por anos.

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“Sinto orgulho de ver como Lajeado  se tornou um grande centro comercial”
Crédito: Raica Franz Weiss
Lajeado

Você se formou com a primeira turma do Curso de Letras da Univates, em 1972. Como foi o momento?

Minha turma era grande, com quase 50 formandos. Mas no início do curso, éramos mais de cem alunos, com o tempo, alguns foram desistindo. Muitos já trabalhavam como professores, eu inclusa, mas com a reforma do ensino, precisávamos de uma nova formação. Lembro que, na noite da formatura, o Padre Érico Schmitz foi o meu padrinho. A cerimônia foi no Cine Teatro Alvorada.

Como eram as aulas?

As aulas iniciaram no Castelinho, numa sala enorme. Depois, passaram para o Madre Bárbara, porque a turma tinha ficado menor. As aulas eram de segunda a sábado, das 13h às 18h.

Por que você escolheu ser professora?

Foi influência da minha mãe. Nós morávamos a algumas quadras do Madre Bárbara, que tinha curso de magistério. Anos depois, quando abriu o vestibular para o Curso de Letras, eu nem tinha me inscrito. Na época, eu já atuava na área, mas, mesmo assim, o Padre Érico me convenceu a ingressar no curso.

Como era lecionar 50 anos atrás?

Eu fui diretora do Grupo Escolar Manuel Bandeira, antes chamado de Piraí. Dava aulas de inglês e de literatura. Eu lembro do tufão de 1967, quando eu era diretora. A escola foi toda destelhada e tivemos que mover as aulas para os pavilhões do Parque do Imigrante, que na época se chamava Fenal. Foram dois anos até a escola ser refeita. Naquela época, tínhamos aula em três turnos, porque eram mais de 700 alunos.

A sua família esteve à frente de um dos empreendimentos mais tradicionais de Lajeado, a Casa Americana. Conte um pouco sobre isso.
Eu nasci em Ijuí, lá meu pai já administrava a Casa Americana. Quando tinha oito anos, nos mudamos para Lajeado, cidade natal da minha mãe, e meu pai iniciou a loja aqui.

Eu me tornei professora, dei aula por quase 30 anos, e acabei me mudando para Porto Alegre, onde fiz Mestrado pela PUCRS. Eu sempre gostei de dar aula, mas aí, em 1988, o sócio do meu pai, que dirigia a Casa Americana, faleceu tragicamente em um acidente de carro. Ali eu tive que assumir o negócio. Foi um choque muito grande pra mim.

Como você lidou com essa mudança na sua vida?

Desde pequena eu acompanhava meu pai nas viagens. Sempre gostei de moda, então ia várias vezes para São Paulo, em marcas e desfiles, e acompanhava a loja de longe. Quando assumi a Casa Americana, em 1988, tive muita ajuda de funcionários. Naquela época, tínhamos unidades em Lajeado, Venâncio e Estrela. Então voltei a estudar, fiz vários cursos voltados ao marketing.

Você acompanha Lajeado há muito tempo, como você enxerga a cidade hoje?

Vi Lajeado crescer. Lembro sempre da Júlio de Castilhos, onde a loja está até hoje. Podem fazer o que quiserem, mas a Júlio sempre vai ser o centro da cidade. E eu sinto orgulho de ver como Lajeado se tornou um grande centro comercial. Lá atrás, ninguém imaginava que a cidade fosse crescer tanto.

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