Custo logístico, sazonalidade de produtos e encarecimento do dólar estão entre os fatores que tornam a cesta de Natal mais cara em relação a 2021. Além disso, os itens típicos para a data comemorativa também são impactados pela inflação em alta.
Os dados constam em pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgada há menos de um mês para o Natal. Entre os produtos com maior aumento estão a maionese (30%), batata inglesa (28,5%), farinha de mandioca (26,6%) e o panetone (16%). Em contrapartida, a carne de porco e o arroz devem registrar queda de 3% a 4,6%.
Na média, a alta de preços chega a 16%. O cenário não é diferente na região. De acordo com a economista Fernanda Sindelar os impactos da pandemia na indústria ainda refletem tanto na alta da inflação quanto no preço final dos produtos da ceia de Natal. “Muitas empresas não conseguiram retomar o ritmo de produção e com isso a disponibilidade é menor nos supermercados.”
Conforme Fernanda, os alimentos de forma geral registram preços mais elevados durante o ano por diversos fatores. “Temos de considerar ainda os custos com insumos, valor do frete diante do preço do diesel e problemas climáticos que comprometeram a produção de frutas e verduras.”
A economista ainda ressalta algumas mudanças em relação ao padrão de consumo e estratégias das empresas. No caso do panetone, as marcas tradicionais são substituídas por produtos locais com qualidade e preço atraentes. Ainda assim, a expectativa do Sindivarejista é ter incremento de 10% nas vendas.
Outro fator a ser observado é a pesquisa de preço entre estabelecimentos. Fernanda sugere o uso de ferramentas digitais para verificar antes de sair de casa qual o supermercado tem a melhor oferta.
Produção comprometida
Os fatores climáticos estão entre os principais problemas na produção de hortaliças e frutas. De acordo com o presidente do STR Lajeado, Lauro Baum, a escassez de chuva no início do ano e o frio fora de época no segundo semestre comprometeram a produtividade.
“Frutas e verduras oscilam conforma a situação do tempo. Além disso, temos o fator da sazonalidade, o que requer a compra de produtos de outros estados e eleva custo com logística”, pontua Baum.
O presidente do STR Lajeado ainda aponta para menor poder aquisitivo da população. “É importante o consumidor aproveitar promoções e itens dentro da sazonalidade que têm preços mais competitivos.”
Variação de alguns dos produtos
Maionese: +30%
Batata inglesa: +28,5%
Farinha de mandioca: +26,6%
Panetone: +16%
Água e refrigerante: +12,4%
Aves: +5,1%
Fonte: UFJF e Sindivarejista
