Acadêmicos de Direito se surpreendem com o grau de poluição do rio Taquari

VIVER CIDADES

Acadêmicos de Direito se surpreendem com o grau de poluição do rio Taquari

Desafio lançado na disciplina de Direitos Humanos leva estudantes a pesquisar sobre a qualidade da água; entre os dados coletados está o resultado das análises divulgadas pelo projeto Viver Cidades

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Acadêmicos de Direito se surpreendem com o grau de poluição do rio Taquari
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Conversando com pessoas ligadas aos projetos que envolvem a bacia hidrográfica de Lajeado, analisando os vários materiais que recebemos, a conclusão é que a situação das águas é péssima. Os arroios das cidades são os principais meios de chegada de efluentes domésticos e industriais ao rio Taquari, o que faz com que o trabalho de toda a população e órgãos municipais seja essencial para que possamos ter melhores resultados na qualidade do nosso Taquari.”

A citação traduz as impressões de cinco acadêmicos de Direito da Universidade do Vale do Taquari – Univates ao concluírem o desafio proposto na disciplina de Direitos Humanos. Eduarda Cenci, Eduardo Camillo, Eduardo Costa, Eduardo Delavald e Fabiele Ferrari tiveram como tarefa buscar informações sobre a situação atual do rio Taquari e seus afluentes e levantar os maiores problemas de contaminação e suas origens. A partir disso, produzir material informativo que possa impactar e conscientizar a população da região do vale do Taquari.

Busca de dados

A busca por informações começou pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam) e Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). Sem alcançar os objetivos, os estudantes partiram para as secretarias municipais de Meio Ambiente e ao Ministério Público. Também de valeram dos resultados das análises de água feitas em 23 pontos de dois rios e 12 arroios e publicados no caderno Viver Cidades, em abril.

“O Grupo A Hora e o Ministério Público são parceiros no projeto de monitoramento dos mananciais, que tem grande importância para nossa pesquisa”, relata Camillo.

Conclusões

Além de detectar a péssima qualidade da água de diversos mananciais, os jovens acreditam que boa parte da comunidade desconhece a situação precária do rio e não sabe da existência de intervenções que buscam melhorar a situação dos mananciais.

“Projetos e iniciativas deveriam ser cada vez mais frequentes, pois a população é alimentada por mitos e teorias negacionistas, que infelizmente levam muitos a negar o óbvio, como as mudanças climáticas e a poluição. Assim é necessário lembrar sempre a importância de se criar movimentos sobre o nosso meio ambiente, não esquecendo que temos gerações futuras que precisam de nós hoje”, diz o relatório.

Para mudar o cenário atual, o grupo sugere divulgar pesquisas e levantamentos, de forma clara e objetiva, a fim de alcançar as pessoas e tocá-las de alguma forma para olharem com mais atenção ao rio. Campanhas de conscientização e educação ambiental podem se somar às ações.

Outra medida é a criação de incentivo fiscal, como desconto do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), para cidadãos que façam, por exemplo, limpeza de fossa séptica regularmente e plantio de árvores, sem descartar a fiscalização para coibir danos ambientais.

Estudantes têm contato com o contexto real

Conforme explica a professora, pós-doutora em Direito, Luciana Turatti, as atividades de extensão dentro dos currículos do curso, como essa oferecida na forma de atelier, permitem o contato dos estudantes com o contexto real. “No momento em que estes se propõem a promover atividades de intervenção, eles passam a identificar os reais problemas na sociedade, recebendo, assim, um banho de realidade e, com isso, se defrontam com situações do cotidiano, que, contudo, nem sempre fazem parte do seu ambiente”, desta a professora Luciana Turatti.

Ela observa que o desafio se potencializa quando os estudantes decidem trabalhar com populações mais vulneráveis ou quando buscam auxílio de instituições e organizações que conheciam, mas não tinham contato. “As atividades também permitem a aplicação direta da teoria recebida na sala de aula. É o confronto da teoria com a prática.”

Os acadêmicos também se deparam com dificuldades de implementação de projetos, explica a professora, por conta de burocracias presentes na implementação das propostas, interpretações diversas das leis, resistência em aderir às propostas por parte dos grupos escolhidos, dificuldade de comunicação com os órgãos responsáveis e outras situações.

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