As restrições impostas pela pandemia mudaram os planos de muitas empresas, pessoas e governos. Foi preciso rever projetos e aprender com o desconhecido. Junto com essa nova realidade, as grandes feiras presenciais foram postergadas.
Com o controle da covid-19, as atividades voltaram. Neste contexto, a Expovale+Construmóbil significa a retomada da presencialidade e também do otimismo.
A partir disso, os presidentes das feiras, Miguel Arenhart (Expovale) e Joni Zagonel (Construmóbil), detalham as expectativas desta edição conjunta, que promete ser a maior da história.
“A Expovale será o retrato do Vale” – Miguel Arenhart, presidente da Expovale
A Hora – O que significa ter as duas feiras juntas de volta com a presença do público?
Miguel Arenhart – A feira se tornou conjunta, com essa dimensão e grandiosidade, em função da pandemia. A chegada da covid-19 impediu a Expovale que estava pronta para 2020. Tudo foi cancelado. Transferimos para o outro ano e nos perguntamos: “o que vamos fazer? Vamos empurrar as duas, tanto a Expovale como a Construmóbil para o mesmo período?”
Casualmente em 2021 também tínhamos o centenário da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Então, decidimos fazer as feiras juntas, para comemorar o aniversário da entidade. De novo não foi possível. A pandemia continuava e, inclusive, se agravou.
Agora, em 2022, o país deixa para trás as restrições, há mais segurança sanitária e também passamos a viver um processo de retomada do crescimento. Tudo isso contribuiu para a feira, inclusive com uma grande adesão dos expositores.
Todo esse cenário foi favorável para chegarmos neste momento, com o parque lotado e uma expectativa muito positiva para o evento, tanto em termos de público quanto em volume de negócios.
– Uma das características da Expovale é a diversidade. Muito das dinâmicas produtivas do Vale e de Lajeado estarão em destaque nestas duas semanas. Onde o perfil regional aparece no evento?
Arenhart – A Expovale será o retrato do Vale. Nos dias do evento, os visitantes vão encontrar as principais empresas, de todos os setores, muitas com destaque regional, estadual e até nacional.
A força da nossa indústria, do comércio, dos serviços e das instituições estão representadas no parque. Justo neste aspecto, temos um trabalho coletivo muito presente. Esse é um diferencial bem importante. Conseguimos unir pessoas em busca de soluções para problemas comuns. Um exemplo é o Fórum das Entidades e o próprio Pro_Move. Todos juntos em prol do desenvolvimento, da qualidade de vida, da geração de emprego e renda.
– Como o visitante vai perceber essas características?
Arenhart – Embora tenhamos limitações geográficas, de não sermos uma região grande, temos muitos movimentos em curso. Diversas empresas em destaque, com exportação para o mundo. Até mesmo nós, dentro das entidades, por vezes nos surpreendemos. O público, ao entrar no parque, terá uma dimensão de todo esse potencial de Lajeado e da região.
– A região vivenciou nas últimas décadas um processo acelerado de desenvolvimento. Qual sua expectativa para os próximos 5, 10 ou 15 anos?
Arenhart – Acredito na força do Vale, de que vamos seguir neste caminho de crescimento econômico e social. Estamos em uma região privilegiada, seja em termos de qualidade de vida, de empregabilidade, de oferta de formação.
Inclusive ainda sentimos carência em termos de mão de obra. Temos espaço para receber pessoas de outras localidades para trabalharem, se desenvolverem. Inclusive, uma das nossas qualidades é receber bem as pessoas. É abrir oportunidades para todos.
“O Vale é referência em toda a cadeia da construção civil” – Joni Zagonel, presidente da Construmóbil
A Hora – Construmóbil e Expovale juntas pela primeira vez. O que isso representa?
Joni Zagonel – Tudo veio por um momento de muita dúvida. Com os adiamentos devido a pandemia. Como a Expovale estava com muito material pronto, com espaços vendidos, a união com a Construmóbil foi algo normal. Essa será uma boa oportunidade para vermos essa experiência de feiras conjuntas.
– Há uma esperança do país manter um processo de retomada econômica. Houve uma eleição bastante conturbada, inclusive com muita preocupação em cima da polarização. Passado o pleito, indicadores econômicos apontam para oportunidades de manter a ascensão. Onde esse cenário interfere sobre a região, sobre a construção civil?
Zagonel – Quando avaliamos economia e decidimos sobre investimentos, tudo vem de expectativas. E elas sofrem interferências do entorno, por vezes contamina o humor e a coragem dos empreendedores em assumir riscos.
Entendo que há boas condições para crescimento no segmento da construção pois há muita demanda. Ainda somos um país com muito para fazer. A população deseja viver melhor, morar melhor. As cidades têm necessidades de melhorias de infraestrutura, as estradas também. Isso é positivo, pois o crescimento se impõe. Ele vai acontecer.
– Sobre a adesão dos expositores e o momento do Vale. Esse movimento funciona como um indicativo à economia?
Zagonel – Há sempre muito otimismo. Até mesmo vendo os investimentos das marcas. As estandes podem ser um termômetro do que teremos em um futuro próximo, ou pelo menos funcionam como uma aposta.
– A indústria da construção movimenta mais de 90 setores. Neste sentido, como está o segmento no Vale?
Zagonel – Hoje o cenário é de crescimento sustentável e mais moderado. Houve outros períodos de avanço artificial, por pouco tempo. Agora me parece mais resiliente e com possibilidade de persistir um pouco mais.
O Vale é referência em toda a cadeia da construção civil. Somos o segundo polo moveleiro do RS. Temos fornecedores muito desenvolvidos, que vendem em todo o RS e até para fora.
– Como isso aparece na Construmóbil?
Zagonel – Sem dúvida os visitantes podem conferir a qualidade dos espaços, dos estandes. A nossa região tem conhecimentos em decoração, mobiliário. Então há projetos especiais, com muita arquitetura e muito trabalho envolvido. Essa é uma imagem que caracteriza a feira.
Conseguimos reunir todo o ecossistema da construção, seja o imóvel acabado, ou mesmo os profissionais de decoração, de arquitetura, de projetos, dos materiais, energia. Ou seja, voltado a quem quer construir, mudar o ambiente e se inspirar.