O período mais crítico da pandemia fez indústrias reduzirem e até mesmo suspender linhas de produção. Por consequência houve a escassez de insumos para diferentes setores, entre eles o da produção de alimentos. Esse foi o caso de agroindústrias de conservas que encontraram dificuldade em relação à oferta de vidros.
Para compensar a falta da embalagem tradicional, os empreendimentos inovaram com a implementação do vidro verde. O produto foi uma alternativa para garantir a entrega das conservas e manter geração de renda. Com a retomada das atividades econômicas a falta de insumos reduziu e o fornecimento retomou patamares pré-pandemia.
Por outro lado, os custos se estabilizaram em alta e esse passou a ser o novo desafio das agroindústrias da região. É o caso do empreendimento familiar de João Bogorni. Ele trabalha faz mais de dez anos com conservas de ovos de codorna. A empresa às margens da BR-386, em Lajeado, tem uma produção estimada em 80 mil ovos ao dia.
De acordo com Bogorni, hoje, o vidro das conservas representa pelo menos 36% do seu custo de produção. A matéria-prima, os ovos, é responsável por 54% do total da operação. “Para equilibrar a margem é preciso aumentar a produção.”
O empreendedor também buscou outras alternativas a fim de agregar valor. Entre os diferenciais, a linha de conservas defumadas. “Se tornou uma referência no mercado e cada vez conquista mais clientes”, observa Bogorni.
A agroindústria que compra os ovos de granjas locais atende médios e grandes mercados. Tem entre seus principais clientes a rede de supermercados Zaffari. Além de atender o Vale do Taquari, região metropolitana de Porto Alegre, o noroeste gaúcho é um dos destinos das conservas.