Um vale bolsonarista, forte e resistente

Opinião

Fabiano Conte

Fabiano Conte

Jornalista e Radialista

Um vale bolsonarista, forte e resistente

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O segundo turno da eleição reforçou a força do bolsonarismo na região do Vale do Taquari. O atual presidente venceu em 37 das 38 cidades da região, sendo que em 14 delas com percentual acima de 70%. O maior percentual foi em Vespasiano Corrêa, onde Bolsonaro fez 83,54% dos votos. Em Anta Gorda, o percentual chegou a 82,24%.

Em Lajeado, 66,28% dos votantes optaram por Jair; em Estrela 72,19% e Encantado 69,35%. O presidente eleito venceu em apenas uma cidade. É demonstração da força dos seguidores do atual presidente na região. Além de garantir bons índices de votação, a região mostra força e organização em manifestações pós-eleição.

Desde segunda-feira há grupos reunidos. Lembro das manifestações contra o PT, pela prisão do Lula e na queda da presidente Dilma. Sempre foram movimentos bem orquestrados e representativos. A direita bolsonarista veio para ficar no Vale. Se manter o objetivo e tiver propósitos claros, vai colher bons dividendos na eleição municipal daqui a dois anos e manterá a força para a eleição geral em 2026.

Canudos do Vale é único petista

Único município do Vale do Taquari onde Lula venceu foi Canudos do Vale. O futuro presidente fez 57,39% dos votos. A Coluna apurou que Canudos tem um grande número de produtores ligados ao MPA, razão pela ligação forte com o PT. No primeiro turno, Lula havia vencido também em Sério e Progresso.


Reversão de votos

Governador Eduardo Leite (PSDB) subiu para 18 municípios vitoriosos no Vale do Taquari no segundo turno. No primeiro turno, havia vencido em apenas cinco. Maior percentual foi em Canudos do Vale, onde Leite obteve 68,36% dos votos. Onyx Lorenzoni foi o mais votado em 20 cidades da região, com maior percentual para Anta Gorda, onde fez 69,91% dos votos.


Quase igual

Em Lajeado, Leite fez 23.671 votos, 103 a mais do que Onyx. Em Teutônia, o governador eleito fez 9.698, apenas 15 votos a mais do que o adversário. Em Roca Sales, Onyx fez 3.137 votos, 74 a mais do que Leite e em Marques de Souza, a diferença foi de apenas 10 votos pró-Onyx, com 1.374 votos para o candidato derrotado e 1.364 para Leite.


Um país dividido

Não podemos brigar com a notícia. São 58 milhões de brasileiros que não gostam do Lula e 1,8 milhão a mais que gostam. O choque é inevitável. Desta vez, ao contrário do seu primeiro governo, Lula terá que enfrentar as ruas. Saberemos o resultado assim que começar a governar.


Em análise

O Vale do Taquari tem hoje três secretários de Estado: Rafael Mallmann (Desenvolvimento Urbano e Metropolitano), Marjorie Kaufmann (Meio Ambiente e Infraestrutura) e Mauro Hauschild. (Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo). Governador eleito deverá fazer alterações no quadro em seu segundo mandato.

Hauschild foi secretário já na época de Leite; Mallmann e Kaufmann assumiram suas funções quando Ranolfo virou titular do Governo. Conforme bastidores, todos os nomes estão sob análise dos partidos por terem feito um bom trabalho. Resta saber se um deles ficará. Tem reportagem especial do colega Filipe Faleiro na edição de hoje contextualizando mais sobre os futuros secretários.


Contra a mídia

Foi nítida a posição da TV Globo nesta eleição. Ela abraçou a candidatura Lula execrando Jair Bolsonaro desde o início do seu mandato. Assim seguiram outros “grandes” veículos de comunicação. Bolsonaro nunca deixou de dar dinheiro para a Globo, reduziu o valor assim como reduziu das demais emissoras. Agora, se este foi o principal motivo da “peleia” entre eles, talvez nunca saberemos.

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