Presença do Vale no próximo governo gera expectativa

TRANSIÇÃO

Presença do Vale no próximo governo gera expectativa

Governador reeleito, Eduardo Leite, pretende anunciar secretariado e chefia de departamentos até a segunda quinzena de dezembro. Hoje há quatro nomes da região em cargos do alto escalão gaúcho. Nas secretarias de Inovação, Ciência e Tecnologia; Justiça e Sistemas Penais; Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, além do Meio Ambiente e Infraestrutura

Por

Presença do Vale no próximo governo gera expectativa
Diálogo sobre a transição do governo nessa terça-feira. Próxima reunião entre secretários ocorre no dia 7. Crédito: Divulgação
Vale do Taquari

O processo de transição no Piratini iniciou na terça-feira. O atual governador, Ranolfo Veira Júnior nomeou três responsáveis para operacionalizar as trocas. Em meio a esse processo, cresce a expectativa de qual será a base da futura gestão de Eduardo Leite, e se terá a presença de nomes do Vale do Taquari.

Em um primeiro momento, o próprio reeleito afirma que não há composição definida. Em reunião com prefeitos da Região Metropolitana nessa quinta-feira, disse que o anúncio dos secretários ocorre nas primeiras semanas de dezembro. Leite justificou que essa definição passa por análise técnica de cada setor, diretoria e estruturas governamentais. A promessa é de buscar uma nominata equilibrada, entre conhecimento técnico e habilidades políticas.

Ao longo dessa gestão, o Vale do Taquari ocupou funções de destaque, como a presidência da Fepam, com Marjorie Kauffmann (hoje secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura), diretoria-geral do Detran, com Enio Bacci, chefia do gabinete da Casa Civil, com Jonatan Brönstrup, além das secretarias de Desenvolvimento Urbano, com Rafael Mallmann; Mauro Hauschild (Justiça e Sistema Penal e Socioeducativo); e com Simone Stülp, como secretária adjunta de Inovação, Ciência e Tecnologia.

“Me despeço no dia 31”

O ex-prefeito de Estrela, responsável pela secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Rafael Mallmann, descarta a possibilidade de continuar na próxima gestão. “Meu compromisso com o governador Ranolfo está para encerrar. Me despeço no dia 31 de dezembro.” De acordo com ele, não há nenhuma expectativa de permanecer. “Foram oito meses de trabalho muito gratificante. Primeiro por ter uma noção do que é a administração estadual e por ter contribuído na retomada das parcerias do Estado com os municípios.”

Entre os desafios, cita a atuação do governo no transporte metropolitano. “Há uma demanda enorme neste serviço. É um tema sensível e permanente na gestão.” Como principal feito, considera a participação no Programa Pavimenta RS, do qual resultou em investimentos acima dos R$ 380 milhões para 409 municípios gaúchos. Nesta iniciativa, duas obras de destaque regional: o asfaltamento do acesso ao Cristo Protetor de Encantado e a ligação entre o bairro das Indústrias e o Loteamento Marmitt em Estrela.

“Quando fui prefeito, não havia presença do Estado nos investimentos. Essa gestão conseguiu retomar o protagonismo e atuar próximo aos municípios”, frisa. Quanto à transição, ressalta a tranquilidade do processo. “É quase uma continuidade. Sabemos que há mudanças na estrutura, mas a forma de governar permanece, com um caminho rumo ao ajuste fiscal, muita parceria e diálogo com os municípios.”

“Meu apoio nunca esteve vinculado a busca por cargo”

O prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch (MDB), se afastou do Executivo municipal antes mesmo do primeiro turno para auxiliar Gabriel Souza (MDB). “Meu apoio a ele surgiu quando ainda era o pré-candidato ao Piratini pelo nosso partido. Se deu por uma questão pessoal. Conheço ele a bastante tempo e somos amigos.”

Quando foi definida a parceria com o PSDB, Kohlrausch continuou atuando para fortalecer a candidatura Leite e Gabriel. “Não alimento expectativa de ser do governo. Não me preocupo com isso. Qualquer participação passa pela coordenadoria estadual do MDB. Não tive essa promessa e não alimento essa esperança”, reafirma.

Na avaliação dele, indiferente da relação de amizade com Gabriel Souza, o próximo governo tem condições de conquistar bons resultados ao Rio Grande do Sul. “Será uma gestão com conhecimento técnico. Estou muito entusiasmado pela capacidade política de Eduardo e do Gabriel. Há uma sinergia muito grande.”

“Seria importante termos nomes do Vale”

A secretária adjunta de Inovação, Ciências e Tecnologia, Simone Stülp, conta que o processo de transição ainda não chegou na repartição onde atua. “Começa por pastas mais sensíveis, como Educação, Saúde e Segurança Pública. Acredito que na próxima semanas iniciamos a coleta de informações.”
No momento, a responsabilidade dentro da secretaria está em organizar o South Summit Brasil 2023, que ocorre em março na capital gaúcha. Por enquanto, afirma Simone, deve permanecer até 31 de dezembro.

“Não temos ideia de quem assume a secretaria. A decisão de continuar não passa só por um convite do governador. Também por uma análise pessoal, pois minha carreira sempre foi dentro da universidade, na vida acadêmica. É a primeira vez que sou servidora pública do Estado.” Simone entrou no governo do Estado em janeiro. Professora universitária, era a coordenadora administrativa do Tecnovates quando foi convidada pelo Estado.

“Sempre trabalhei na interface entre universidade, sociedade e empresas. Mas nunca havia imaginado entrar em uma função pública. Tem sido uma experiência sensacional em conhecer a dinâmica do Estado justo neste momento em que a inovação e a busca por soluções criativas estão tão presentes.”

Na avaliação dela, a região continuar dentro do Estado significa estar próximo das decisões. “Espero que tenhamos representação neste novo ciclo. Seria importante termos nomes do Vale. Tivemos ao longo destes anos um bom número de pessoas. É o olhar do interior no Executivo, pois o RS é maior do que Porto Alegre e a Região Metropolitana.”


TRANSIÇÃO E O FUTURO GOVERNO

  • Processo no Piratini começou na terça-feira, 1º de novembro;
  • Os responsáveis são: Claudio Gastal (Planejamento, Governança e Gestão), Artur Lemos (Casa Civil), e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa;
  • Como estão na liderança da transição, há grande chance dos três permanecerem no futuro governo;
  • O atual governador, Ranolfo Vieira Júnior, reconhecido pela atuação também como secretário da Segurança Pública, deve ser o escolhido para permanecer à frente da pasta;
  • Pelo MDB, partido do vice, Gabriel Souza, também deve acumular alguma secretaria;
  • Outro nome do MDB é Juvir Costella. Deputado mais votado da sigla e que foi secretário de Logística e Transportes. Tendência de que ele permaneça no Executivo;
  • O deputado federal eleito, Luiz Carlos Busato (União Brasil), foi secretário de Desenvolvimento Urbano e tem chance de voltar;
  • O PSD, de Ana Amélia Lemos, também integra a lista de aliados para alguma função dentro das secretarias estaduais;Eduardo Leite afirmou que a base desta gestão será a Secretaria de Educação. A continuidade de Raquel Teixeira é uma incógnita.

Acompanhe
nossas
redes sociais