Pelo fim deste modelo de horário eleitoral

Opinião

Fabiano Conte

Fabiano Conte

Jornalista e Radialista

Pelo fim deste modelo de horário eleitoral

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os candidatos à presidência e ao governo do RS nos apresentam neste segundo turno um modelo completamente agressivo e repleto de acusações no horário eleitoral gratuito de rádio e TV. A cada três palavras, duas são contra o oponente.

Propostas, mesmo, foram poucas. O horário eleitoral obrigatório exibido por emissoras de rádio e televisão foi criado para dar voz aos candidatos, independente de seu poder econômico. Mas essa propaganda não sai de graça: ela é paga pelos contribuintes e também pelas emissoras privadas.

Quem paga esta conta é o fundo eleitoral (com nosso dinheiro). E são milhões investidos na produção dos programas. Ou seja, pagamos para ouvir e assistir os candidatos se digladiando em horário nobre.

A ideia, quando criado o espaço, era de um modelo justo – para que nenhum candidato fosse silenciado em um país no qual muitos políticos ou famílias de políticos são proprietários de meios de comunicação.

A iniciativa foi nobre, mas o modelo precisa ser revisto. Na minha opinião o candidato deveria ser proibido de falar do adversário em seus espaços e ficar limitado a propostas e plano de governo. Talvez assim evitaríamos tanta agressão e bobagem dita por eles.


Diferente

Diferente do Brasil, nos Estados Unidos, onde a campanha eleitoral é em sua maior parte baseada em financiamento privado, os candidatos podem comprar livremente seus próprios comerciais na mídia. Mas lá, é possível saber quem está financiando cada candidato.

Na Grã-Bretanha, os políticos não podem comprar comerciais na TV, mas seus partidos podem veicular uma quantidade limitada de propaganda gratuita. Na Espanha, onde o financiamento das campanhas é público, não há um horário específico de exibição de propaganda eleitoral obrigatória. Ela ocorre por meio de inserções distribuídas pela programação.


O que mudará?

Antes de entrar no que vai acontecer caso vença Lula ou Bolsonaro, ou os que serão eleitos para os governos estaduais, a realidade pós-eleição é de que as mudanças no nosso dia a dia serão sutis. Os impostos não diminuirão, o salário vai continuar curto, assim como o aluguel e os juros não vão cair. Os caras vão brigar para aprovar ou desaprovar esse ou aquele projeto, os acordos políticos continuarão por baixo do pano e tudo indica que as melancias podem ajustar na carroceria do caminhão ou cair fora. É isto.


Em cana

Roberto Jefferson, que já não tinha vida fácil, não sairá da enrascada em que se meteu, e certamente ficará longo período na cadeia. Só bandido para atirar na polícia. E bandido tem que estar preso.


Conversão de votos

A pergunta que fica: o apoio de boa parte dos prefeitos do Vale do Taquari a Eduardo Leite (PSDB) representará a conversão de votos dos eleitores de seus municípios ao candidato? No primeiro turno, Leite venceu em Canudos do Vale, Capitão, Coqueiro Baixo, Imigrante e Sério. Nas demais cidades, Onyx Lorenzoni (PL) foi vitorioso.

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