Voz ativa sem gritar

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

Voz ativa sem gritar

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Vergonha. Pode ser também ser substituída por humilhação, desonra ou descrédito. O termo só tem significado se compreendido e absorvido por quem cometeu algum ato falho. Do contrário, a palavra é vazia e o aprendizado nulo.

Tenho amigos por diversos estados do Brasil. Graças à tecnologia, conseguimos conversar de maneira constante. É possível vê-los, bater papo como se estivéssemos em uma mesma sala. Por essas experiências posso afirmar: o episódio do Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, no show do músico Seu Jorge, reafirmou estereótipos sobre a população gaúcha país afora. Algo muito negativo e, sim, senti vergonha.

Claro, as ofensas não partiram de todos que estavam na festa. Mas as palavras do artista, de que não reconheceu a cidade, pesaram fundo sobre todos. Alguns mais, outros menos. Inclusive há brancos, que dizem ser mimimi. Aprendi desde cedo que jamais devemos minimizar a dor do outro, ainda mais quando não temos lugar de fala.

Para o racismo, não existe meio-termo. Inclusive temos de ir além. Ser contra qualquer forma de preconceito é insuficiente. É preciso se posicionar e combater. Voz ativa é não calar diante de uma injustiça. Isso vale em tantas outras situações. Quando vemos uma mulher vítima de violência doméstica e não comunicamos as autoridades, por exemplo. Não se trata de ser dedo-duro, mas de defender uma sociedade melhor.

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Eu não sou “magogo”

Ser jornalista é divertido. Ainda mais quando se vive o inusitado. Já tive coberturas dramáticas, de acidentes, homicídios e crimes contra crianças.

Crédito: Reprodução

Tristezas imensuráveis. Fatos que mexem com o emocional da comunidade e, não é diferente com o profissional de imprensa. Por muitas vezes fiquei abalado. Sem dormir, repensando aquilo que tinha visto e imaginando a dor das vítimas e das famílias.

Ainda assim, procuro carregar comigo os episódios divertidos. Esses eu gosto de dividir com os demais e ajudar a tornar o ambiente mais leve na redação. Agora vou trazer um desses “causos” ao leitor. Cobrir câmara de vereadores é uma das coisas mais inspiradoras à ironia. Meus colegas, além de alimentar minha criatividade com algumas narrativas, também defendem a elaboração de um livro de memórias da reportagem. Projeto quem sabe para o futuro.

Em um dos episódios, um parlamentar acusa outro de ser “demagogo.” Na época, o senhor alvo da afirmação, um dos vereadores mais votados da história de Lajeado, traz a pérola. “Eu não sou ‘magogo’. Vem dizendo, me acusando que faço ‘magogia’.” O parlamentar alvo do embate não aguentou ficar sério. Os demais também. Olhavam para baixo, trocavam olhares e riam. Talvez ‘a magogia’ deve ser uma disciplina em alguma escola de bruxos. Hogwarts é aqui.


Excesso de opinião

Repito o que disse em 25 de agosto: “opinião não serve para nada. Explico. Os achismos da vida afastam o indivíduo do conhecimento. Servem de filtro e ocasionam pré-conceitos.” Na tentativa de “lacrar” na internet, vemos muitas pessoas metendo os pés pelas mãos. Minha mãe sempre disse: “não tem nada de útil para dizer, melhor é ficar calado.”


Dez anos de Vida+Viva

No dia de aniversário, o programa Vida+Viva sem Álcool promove a mostra de atividades da primeira década de atuação. Será em 6 de dezembro, no Teatro do Sesc. A data também marca a divulgação da terceira pesquisa sobre incidência do consumo de substância psicoativas na faixa etária dos 12 aos 17 anos.

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