Eu esperava mais dos candidatos

Opinião

Fabiano Conte

Fabiano Conte

Jornalista e Radialista

Eu esperava mais dos candidatos

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Sabendo da polarização e da aguerrida disputa entre os presidenciáveis, já poderia imaginar que a campanha do segundo turno seria de acusações mútuas. Genocida, fascista, miliciano, mentiroso, negacionista, desumano, pessoa do mal e covarde são algumas das atribuições dadas a Jair Bolsonaro, por Lula e seus seguidores.

Bandido, condenado, corrupto, comunista, cachaceiro e candidato dos presos são os atributos dados a Lula, por Bolsonaro e seus apoiadores. O que, de fato, farão pelo Brasil e seu povo, quase não aparece nos programas eleitorais. Todo programa que escuto lembro do ditado popular: “o sujo falando do mal lavado”.


Acusações baixas e sem fundamento

Confesso que, aqui no Rio Grande do Sul, também esperava uma campanha de segundo turno em nível mais elevado. Mas me decepcionei, com ambos, neste início de campanha no rádio e TV. “Herança maldita” e “pipoqueiro” foram os termos usados no debate da TV.

Na Rádio Gaúcha, na manhã da sexta-feira, troca de acusações e um aperto de mão recusado no encontro entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Não podemos aceitar esse tipo de atitude de pessoas que querem governar um estado. Quanto às manifestações homofóbicas, são perversas, abomináveis e, sobretudo, criminosas. A pauta deveria ser outra.


Dinheiro nas redes

Jair Bolsonaro venceu as eleições presidenciais de 2018 com uso fundamental das redes sociais e o impulsionamento de conteúdos por meio de pagamentos virou moda. Nesta eleição, até agora, os políticos já gastaram R$ 189 milhões do Fundão Eleitoral para “viralizar” postagens.


Como confiar?

Tento analisar todos os tipos de cálculos sobre quem vencerá o segundo turno na eleição para presidente. E nenhum deles me inspira confiança. Destes cálculos, quantos votos migrarão de candidatos derrotados no primeiro turno para Lula ou Bolsonaro é o que mais me intriga. E fica a pergunta: lembraram de avisar e calcular os que se abstiveram no primeiro turno?


Curtas:

• Jonatan Brönstrup (PSDB), que apoia a reeleição de Eduardo Leite, participou da reunião com lideranças do PT da região (leia mais na Coluna de Rodrigo Martini), buscando apoio para o tucano no segundo turno. Mas na esfera nacional deve apoiar Bolsonaro, candidato preferido do deputado federal reeleito Lucas Redecker (PSDB), do qual Jonatan já foi chefe de gabinete. Na foto, Jô está ao lado de Marcia Scherer (MDB), Maneco Hassen (PT) e Enio Bacci (União Brasil), todos candidatos na eleição deste ano.


• Douglas Sandri (Novo) é um dos maiores críticos do PT. Lutou pela derrocada de Dilma Rousseff e agora faz campanha que evitar Lula como presidente. Está de “corpo e alma” envolvido na campanha de Bolsonaro, como mostra a foto ao lado de Felipe Diehl e outros apoiadores do presidente.


• Mareli Vogel (PP) está empenhada na campanha de Eduardo Leite. Seu partido liberou os filiados, mas a grande maioria, inclusive na região, está com Onyx. Ela já foi coordenadora regional do partido.

• Candidata a deputada estadual na eleição de 2018 pelo PSDB e muito próxima a Eduardo Leite, estranha-se agora uma certa neutralidade de Mariela Portz na eleição deste ano. Pode ser impressão.

• Um dos petistas mais empenhados na eleição de Eduardo Leite é o ex-secretário e ex- vereador Auri Heiser.

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