Ponto de referência logístico e gastronômico, o Kikão surgiu em Lajeado a partir da união de um atleta e de um músico com um sonho em comum: o de empreender. Guido Collet, ligado à música, e Nilson de Borba, conectado ao futebol. Em 1981, os jovens de Linha Alegre, em Encantado, tinham apenas a certeza que Lajeado era o local para crescer. Por isso, quando souberam que uma antiga carrocinha de cachorro quente estava à venda, aproveitaram a oportunidade.
Segundo Stéfano Collet, filho de Guido e responsável por hoje tocar o empreendimento de 41 anos, o processo de crescimento foi contínuo, principalmente a partir da introdução de uma maior variedade de produtos que contemplavam todas as refeições do dia. “A rodoviária da cidade, durante muito tempo, funcionava aqui perto. Isso colaborou para que o movimento fosse intenso e essencial para o crescimento do negócio”, avalia.
Essa jornada foi acompanhada de perto por Stéfano quando criança, que sempre ajudou nas tarefas que eram necessárias e adequadas para sua faixa etária. Isso foi essencial para compreender o negócio e entender o potencial da marca. Contudo, na medida que crescia, nem sempre tudo era prazeroso. “No início da adolescência, eu não gostava, já que tinha que deixar de sair com os amigos para ajudar aqui. Hoje eu vejo que isso me tornou um empreendedor melhor”, conta.
Essa dinâmica familiar desenvolvida dentro dos bastidores da empresa se traduz também entre os consumidores. Se originalmente o Kikão atendia muitos trabalhadores e pessoas em trânsito por Lajeado, a ampliação e qualificação do espaço físico confirmou uma mudança de perfil dos consumidores. O Kikão virou um lugar para ir com a família.
“Grande parte da história do restaurante foi focada em famílias. Até hoje a gente escuta histórias como ‘ah, quando eu estava grávida vínhamos jantar aqui e agora meu filho é adulto e vem aqui com a esposa grávida’. É gratificante ouvir relatos assim porque a pessoa se sente parte da nossa história”, lembra Stéfano.
O empreendedor assumiu os negócios há alguns anos após a dupla de sócios originais concluir a jornada juntos. À frente do Kikão, Stéfano segue de olhos nas tendências e no potencial cultural e econômico de Lajeado, confirmada na história de mais de quatro décadas da empresa que começou como um pequeno sonho de jovens empreendedores.
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