Incomodado com o acesso de gatos e proliferação de carrapatos em seu terreno, o aposentado Enio da Silva, 65, reforçou a grade de casa com telas e redes. A intenção é evitar que gatos e cachorros de rua entrem em seu terreno no bairro Bela Vista.
A reclamação é recorrente dos moradores. Segundo Silva, a situação é motivada pelo abandono de animais ou pelo excesso de pets em uma residência, o que acaba levando a outros problemas, como a perturbação de sossego e atropelamentos e acidentes em via pública.
A situação foi encaminhada ao poder público municipal. Fiscais sanitários foram ao bairro e verificaram. “Hoje não posso plantar nada em meu terreno que os animais chegam aqui e cavam. Sem contar que defecam próximo da casa e isso deixa um cheiro horrível e causa a proliferação de outras doenças”, comenta Silva.
Se o problema persistir, muitos dos moradores foram orientados a abrir protocolos no Ministério Público, porém, não obtiveram retorno. Eles cogitam a coleta de assinaturas e encaminhar um abaixo-assinado ao Executivo. Já outros preferem não se manifestar e evitar transtornos com vizinhos do bairro.
Silva, que não tem medo de expor a situação, afirma e cobra providências do Executivo. Ele sugere o encaminhamento e recolhimento de animais abandonados ou a criação de uma legislação que evite as famílias de terem muitos animais na área urbana evitando assim transtornos em bairros mais populosos como o Bela Vista.
Projeto
Em maio do ano passado, a limitação de cachorros por família foi tema pauta na câmara de vereadores. Na época, Vanderlei Majolo (PP) sugeriu a apresentação de um projeto que limitasse o número de animais por família, de acordo com a metragem e tamanho das residências.
Majolo defendia a iniciativa, que na visão dele, traria mais qualidade de vida à população que alegava perturbação de sossego e ajudaria muito as famílias que não possuem as condições de manter os pets adotados. A proposta, porém, ganhou o noticiário regional, rendeu críticas e perdeu força “Hoje existiam muitas divergências entre vizinhos e o custo anual do município com castrações que é de R$ 78 mil”, disse Majolo.
A reportagem entrou em contato com o Departamento Municipal de Meio Ambiente. O coordenador Paulo Regis Rheinheimer Júnior disse que a situação mencionada no bairro Bela Vista não chegou até o setor, mas que o tema é tratado com os fiscais ambientais e sanitários do município que até o fechamento da edição não haviam se manifestado.