Incentivar a agricultura alternativa com base na integração e aplicação de conceitos ecológicos e sustentáveis na produção de alimentos. Esse é o propósito do grupo de Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari e Emater-RS/Ascar, que em parceria com a Univates promoveram o terceiro encontro regional sobre o tema.
Nessa edição, o foco esteve no debate sobre agrobiodiversidade como ferramenta para a produção de soberania e segurança alimentar e nutricional. A atividade também teve como objetivo manter ativa a rede de organizações voltadas para a agroecologia dos Vales. O evento dessa sexta-feira, 7, contou com a participação de estudantes, produtores, técnicos e líderes regionais.
A programação teve além de palestras, rodas de conversa sobre desafios e potencialidades, relatos de experiências e atividades práticas. De acordo com a extensionista da Emater, Elizangela Teixeira, o propósito foi de promover a troca de experiências entre atores sociais envolvidos. “Esse evento também abre a programação da Semana da Alimentação no Vale e permite avançar no tema dos sistemas produtivos em construção.”
Elizangela revela que o evento é a continuidade ao debate iniciado em 2018, quando ocorreu a Reunião Técnica Estadual de Plantas Bioativas e discutiu formas de manter ativa a rede de entidades que atuam na área. “Nossa proposta foi transformar os debates em espaços democráticos e participativos”, destaca a extensionista.
Entre as oficinas, os destaques foram assuntos como saberes e práticas dos povos indígenas, inclusão de plantas alimentícias não convencionais no dia a dia, flores na alimentação, benefícios e aplicabilidade da compostagem, entre outros temas. O evento também proporcionou a troca de mudas nativas, sementes crioulas e lanche comunitário.
Segurança alimentar
O evento também foi uma forma de manter ativo o debate sobre modelos de produção no Vale. De acordo com o professor e Pró-reitor de Pesquisa da Univates, Carlos Cândido da Silva Cyrne, é essencial avançar com esse debate. “É preciso conhecer e reconhecer o valor que os produtores agroecológicos têm e a importância de mudar hábitos de consumo.”
Na avaliação do gerente adjunto da Emater-RS/Ascar, Carlos Lagemann, os colonos são essenciais nesse processo de transformação. “Por muito tempo ser chamado de colono era considerado pejorativo, isso mudou, e hoje é sinônimo de segurança alimentar.”
Por outro lado, Lagemann reconhece que há vários desafios. “O tema é desafiador tanto na forma de conduzir e orientar o produtor, quanto assegurar qualidade e quantidade. Precisamos superar a fome, mas não apenas da falta de alimentos e sim do valor nutricional.”