Uma noite de sonho e tradição

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Uma noite de sonho e tradição

O 57º Baile de Debutantes do CTC reúne, neste ano, 16 meninas do Vale do Taquari para celebrarem juntas os 15 anos. O evento ocorre neste sábado, no Salão Social do clube

Uma noite de sonho e tradição
Denise debutou em 1995 e, agora, acompanha a filha Emily no baile deste ano. Crédito: Júlia Amaral
Lajeado

Aos domingos, quando Emily Scheeren, 14, visitava a casa dos avós, vasculhava os álbuns de fotografia e revivia as lembranças de quando a tia e a mãe debutaram. Os vestidos também foram conservados pela avó, e a lajeadense gostava de vesti-los e sair desfilando. Ela era criança na época, e a partir daquele momento, debutar também virou um sonho.

Neste sábado, Emily segue a tradição da família, e será uma das 16 meninas apresentadas à sociedade na 57ª edição do Baile de Debutantes do Clube Tiro e Caça (CTC). O evento inicia às 20h, no Salão Social. Ao lado dos pais e do irmão João Vitor, a menina diz ser importante viver o momento em família. “Eles são, com certeza, um dos principais motivos de eu estar debutando. Sou muito grata por tudo que estão fazendo por mim”, destaca.

De mãe para filha

No início, os bailes eram organizados sempre no primeiro sábado de outubro e, em 1995, foi programado para o dia 7. Foi naquele ano que a mãe de Emily, Denise Stein Scheeren, 42, debutou. Na época, as meninas também eram apresentadas em Estrela e Encantado. Os pais de Denise eram envolvidos na cidade, e era tradicional que o pai apresentasse a filha à sociedade. “Para mim isso era muito importante, sem falar da parceria das amigas. Naquela época, debutei no CTC, Sete e Encantado”, lembra.

A lajeadense conta que foi uma noite mágica. “Só quem passa sabe a sensação do frio na barriga de ver todas aquelas pessoas quando passamos pelo túnel de flores. Sem falar que ao sair dele, estavam meus pais me esperando, aquelas pessoas mais importantes pra mim, que me deram a vida”.

Denise conta que naquele ano, como é feito ainda hoje, as debutantes foram para a tradicional viagem a Gramado. Também fizeram o passeio do barco Cisne Branco, em Porto Alegre. Além disso, tinham aulas de desfile e etiqueta com Maria Bernadete Hermann. Mas o momento mais esperado era o pré-debut, uma festa com os amigos.

Este ano, Denise volta ao clube, desta vez, para ver a filha debutar. “Quando a Emily disse que gostaria de debutar, me passou um filme na cabeça. Lembrei de todos os meus debuts, das amizades que fiz, dos momentos mágicos, das aprendizagens que adquiri, percebi, então, que como mãe seria uma sensação diferente, decidimos encarar esse desafio”, conta.

Diferenças entre gerações

De 1995 para os dias de hoje, Denise percebe diferenças nos bailes. “Hoje a tecnologia proporciona efeitos de luzes fantásticos, sem falar dos painéis de led”, ressalta. Naquela época, também havia mais interesse das meninas para participar.

Outra mudança foi a forma de registrar os momentos. Mas, por outro lado, Denise acredita que o sentimento das meninas é o mesmo. “Vai ser o melhor debut pra mim, porque um pedacinho meu vai sair daquele palco brilhando. E eu vou poder ver os meus filhos dançando juntos”, ressalta.

Tradição

O primeiro baile foi na década de 60 e, em 1966, Rosalia Elisa Ledur, 72, com 16 anos na época, debutou. Ela lembra que quando chegava outubro, ficava atenta a movimentação que ocorria no clube. Desde pequena, ela admirava o baile e as meninas que participavam das festas sociais. Única mulher entre os seis filhos da família, naquele ano, a lajeadense fez questão de participar.

“Aquilo de fazer parte daquele grupo tão seleto da sociedade me cativou. E era uma expectativa tão grande, porque era o primeiro baile. Antes disso a gente não podia frequentar as festas”, lembra. Depois da grande noite, as meninas também eram convidadas para um chá beneficente e o Baile do Brotinho, em que uma das meninas era escolhida “brotinho” da edição.

Daquele ano em diante, Rosalia frequentou muitas festas de debut. A lajeadense também participou do evento como mãe de debutante três vezes. “Cada vez que eu vou no baile eu revivo aquele momento, acho tão bonito de olhar. A ansiedade que tu passa de escolher vestido, arrumar cabelo, tu vive aquele momento de novo”, conta.

Hoje, Rosalia torce para que as netas também possam participar. “Eu acho que é um encontro de família, de amigos, é um momento de festejar a vida. Tu ta com as pessoas que tu gosta”, destaca.


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