Desde quando tem esse amor por caminhões e ônibus?
Era um sonho de criança. Eu adorava dirigir e foi o que fiz. Segui meu sonho. Trabalhei desde cedo em outros serviços na joalheria e na marcenaria. Mas com 21 anos de idade concluí a minha habilitação na categoria AE. Naquele momento vi que isso seria a minha profissão. Isso segue até hoje.
Em quais empresas você trabalhou?
Fui motorista na Transportadora Giovanella de Lajeado, mas fiz carreira no dirigindo o guincho da UNIVIAS empresa que administrava o pedágio da BR-386 em Picada May. Ali fiz muitos amigos da estrada. Em 12 de dezembro de 2016 passei em concurso. E desde 2017 sou motorista do transporte escolar na Secretaria de Educação de Marques de Souza.
Nesse período, quais os fatos mais marcantes?
No guincho acompanhei muita coisa triste na BR-386. Um dos primeiros chamados foi um acidente com vítimas fatais em São José do Herval onde um motorista colidiu de frente com um ônibus da Ouro e Prata. Fiquei uns três dias sem comer.
Quais os desafios de transportar crianças?
As obras na BR-386 tem dificultado muito o trabalho em função dos acessos, detonações, troca de pista, desvios de um lado para o outro. Temos que diariamente repensar nossas rotas pensando na segurança das crianças. Por dia são três viagens e mais de 85 crianças de 5 a 12 anos de idade.
Quais os cuidados?
Quando falamos de crianças, os cuidados são redobrados. Eu procuro manter os pais tranquilos, atualizando minha localização em tempo real pelos grupos e andar com muita cautela pela rodovia, reduzir a velocidade no trecho em obras.
Para quem deseja ganhar a vida na estrada, qual é a recomendação?
O mercado dos transportes exige profissionais qualificados. O importante é gostar do que se faz e dedicar-se ao máximo.