Da pequena loja de sapatos ao comércio de artigos esportivos

O Meu Negócio

Da pequena loja de sapatos ao comércio de artigos esportivos

DMF Esportes abriu as portas no fim da década de 1980, em Paverama. Hoje, conta com sede em Lajeado, uma loja no shopping e filiais em três municípios

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Da pequena loja de sapatos ao comércio de artigos esportivos
Flack (e) abordou detalhes do surgimento e a consolidação da DMF Esportes em entrevista para Rogério Wink. Crédito: Mateus Souza
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De uma pequena empresa familiar no município de Paverama a uma das mais importantes lojas do segmento de artigos esportivos da região. Em pouco mais de 30 anos de trajetória, a DMF Esportes conquistou uma clientela fiel, de diferentes faixas etárias, e se estabeleceu no principal polo comercial do Vale do Taquari.

Hoje, a DMF Esportes conta com duas lojas em Lajeado, uma delas no Shopping, e também nos municípios de Taquari, Teutônia e Montenegro. A história da empresa, os dias atuais e os desafios do setor foram abordados durante “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. O diretor Décio Flack foi o entrevistado.

Flack é natural de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina, próximo à divisa com o Paraná. Mas os pais são naturais de Poço das Antas. Ele veio para o Rio Grande do Sul na juventude e escolheu Paverama, à época distrito de Taquari, para dar os primeiros passos profissionais.

“Meu pai começou com plantação de milho, e depois foi para o porco e o leite. Fazia queijo para vender, depois plantava trigo, arroz para consumo. Mas eu não gostava muito de trabalhar na lavoura. Tive que achar uma alternativa e comecei a trabalhar com meu tio na agropecuária dele, em Paverama”, salienta.

Foram quase dois anos de atuação sem receber salários para aprender. Depois, começou a guardar quase metade do salário que recebia para ter uma poupança. “Me autodesafiei. Fiz isso até chegar ao meu primeiro empreendimento”, salienta.


Entrevista • Décio Flack, diretor da DMF Esportes

“Fechar com a Grendene me serviu de credibilidade para avançar”

Rogério Wink: O que você tirou de aprendizado do trabalho na agropecuária do tio?

Décio Flack: Eu comecei como vendedor de produtos agropecuários e remédios. Ajudei bastante meu tio, que era um veterinário com formação amadora, estudou na Alemanha e trabalhou lá. Depois, eu fiz um curso de inseminador. Botei a mão na massa.

Wink: Estabelecer um bom relacionamento com os produtores foi importante para a condução do teu negócio?

Flack: Com certeza. Eu fui conhecer asfalto só com 15 anos. Minha família era bem xucra. Então tive que aprender a lidar com as pessoas. Esse trabalho foi fundamental. E considero meu tio como um segundo pai, pois ele me ajudou e me ensinou muito.

Wink: Como foi a ideia de trabalhar com artigos esportivos?

Flack: Um dos motivos para sair de casa era porque queria estudar mais. Concluí o segundo grau em Taquari e depois pensei em estudar Agronomia ou Veterinária. Mas na época, esses cursos só existiam durante o dia, e eu precisava trabalhar. Fiquei na agropecuária e chegou um momento onde meu tio queria abrir uma filial e me colocar de sócio. A ideia não avançou, mas, um vizinho queria vender a lojinha de sapatos e tênis dele. Eu tinha uma reserva e decidi comprar.

Wink: Como foi o início com a loja de calçados?

Flack: Ela ficava do lado da agropecuária. Não tinha nem uma identidade visual. Era uma salinha de 54 metros quadrados, bem pequena. Os donos compravam tudo de atacado. Mas eu pensava que o produto não deveria ter um intermediário. Na primeira feira, em São Paulo, voltei para casa bem triste, pois não tinha comprado literalmente nada. Mas tinha uma pilha de cartões. Aí fui à luta, até que consegui fechar parceria com um representante da Grendene.

Wink: Qual foi o “pulo do gato” da DMF?

Flack: Quando consegui fechar com a Grendene, aquilo me serviu de credibilidade para avançar. O chinelo Rider me deu o pontapé inicial. Aí fui para a Azaleia, a Olympikus, e comecei a crescer. Dois anos depois, abri filial em Teutônia e comecei a abrir novas filiais a cada dois anos. Fui a Taquari e Montenegro, ganhei um processo licitatório da Caixa para uma lotérica em Paverama e fui sócio-fundador da CDL.

Wink: E como foi a chegada a Lajeado?

Flack: Desde que abri a filial em Teutônia, tinha esse desejo. Mas nunca encontrei um imóvel que me agradasse. Aí, em 2005, num sábado, vim a Lajeado e caminhei bastante até achar uma sala comercial nos fundos do Hospital Bruno Born. Liguei ao proprietário, que morava em Estrela. Ele me chamou para conversar, fez uma proposta meio absurda e fui embora. Depois, fiz uma contraproposta e ele achou impossível. Mas, dois dias depois, me ligou novamente. Falou que gostou da minha história. Fechamos negócio e me baixou 30% do preço. A conta fechou.

Wink: Qual a diferença entre uma loja de rua e no shopping?

Flack: No Shopping Lajeado, atendemos uma fatia grande de pessoas de fora. Em torno de 60% a 65% dos clientes são de outras cidades do Vale ou de outras regiões. São pessoas de estrada, um público diferente. E quando a pessoa está viajando, não se preocupa tanto com o gasto dele no dia a dia. Facilmente são vendas grandes.

Wink: A Copa do Mundo muda o teu volume de vendas?

Flack: Sim. A camisa verde e amarela da Seleção Brasileira é muito solicitada em anos de Copa. E temos um trabalho bem interessante, de trazer também camisas de outras seleções. A bola da Copa também tem um apelo muito forte. Mas é algo mais periódico, de quatro em quatro anos. Já as camisas de clubes são vendidas o ano inteiro.

Wink: Teve algum investimento seu que não deu certo?

Flack: Não posso me queixar, pois quase todos os negócios em que apostei deram certo. Exceto um investimento num restaurante. Foi uma experiência frustrada, que me trouxe um aprendizado: o de não me arriscar em uma área em que não tenho domínio. Já na DMF, todas as filiais que abri seguem até hoje funcionando. Só vendi a antiga matriz, em Paverama, para vir a Lajeado.

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