Quem paga a conta?

Opinião

Ezequiel Neitzke

Ezequiel Neitzke

Jornalista

Coluna esportiva

Quem paga a conta?

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Atualizado sexta-feira,
30 de Setembro de 2022 às 07:40

No domingo que passou, o jogo entre Canabarrense e Brasil terminou em briga na torcida. O episódio culminou em multa financeira e a perda de mando de campo para os dois clubes. Essa é a segunda vez neste Regional Aslivata que um clube é punido por ato dos torcedores. Na quinta rodada, em Marques de Souza, o EC Brasil teve que pagar um salário mínimo para a Aslivata pela invasão de torcedor e arremesso de objetos para dentro de campo. Nessa ocasião, os infratores foram identificados e, segundo o presidente Tiago Rother, estão devolvendo o valor ao time.

O problema em questão é que os dirigentes trabalham o ano todo para deixar a praça de esportes em dia, buscar dinheiro para bancar a competição e dar um atrativo à comunidade aos domingos. Porém, algumas pessoas não veem a cena dessa maneira. As vezes eles, que não tem identificação com clube, vão assistir a partida com o único intuito de arrumar confusão. Todo o estresse e problemas que tiveram ao longo da semana, descarregam em uma partida de futebol, fazendo com que o clube seja punido por suas atitudes. Já passou da hora das agremiações barrarem esses meliantes, pois no final quem sempre paga a conta é o clube.

Reconhecimento

Durante a última rodada do Regional Aslivata, em Taquari, o árbitro Clóvis deu sua camisa para Jaques Fernando, o “Tafu”. Uma das figuras mais queridas e carismáticas do Taquariense. Segundo o presidente Chico, Tafu é o responsável por recolher as redes das goleiras, limpar vestiário, deixar pendurado todo o fardamento dos aspirantes e dos titulares e ao final recolher os fardamentos sem deixar ninguém levar para casa. Além disso ele é o único com autorização para pegar bolas quando estas mesmas caem nas casas vizinhas. Todas essas atividades sempre acompanhadas com um sorriso no rosto. “Vou resumir a importância do Tafu no Taquariense. Se hoje ele chegar em mim e disser que não ajuda mais, renuncio e saio com ele”, destaca Chico.

Não julguem as comunidades pelas pessoas

Circula nos grupos de WhatsApp um áudio de um cidadão dizendo que deveria ser banido o esporte de Marques de Souza, pois sempre termina em confusão os eventos onde tem moradores da cidade. Me entristece ouvir isso. Resido no município e cresci no meio do esporte. Sei do esforço da Aemaso e da Administração Municipal para promover atividades e levar o nome da comunidade para o RS inteiro. Nesse mês, por exemplo, Marques recebeu uma etapa do Circuito dos Vales com mais de 500 participantes vindos de 50 cidades do RS e não deu confusão. O campeonato municipal de futsal está na sétima rodada e quase não se viu cartões vermelhos. Esses são alguns exemplos de que há civilidade e que é possível fazer eventos na cidade.

Voltando ao áudio, em partes concordo com o que foi dito, porém quem deve ser banido do esporte são esses que vão única e exclusivamente para arrumar confusão. Mas, não é privilégio de Marques de Souza ter arruaceiros. Olhe para a cidade onde você mora, com certeza vai encontrar os mesmos problemas. Antes de apontar o dedo para alguma situação busque conhecer melhor sobre ela. Acredito que o dono desse áudio conhece somente esse 1% que se viu no domingo.

 

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