A evolução das  coberturas eleitorais

Opinião

Fabiano Conte

Fabiano Conte

Jornalista e Radialista

A evolução das coberturas eleitorais

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O Grupo A Hora prepara uma grande cobertura da eleição, dia 2 de outubro, envolvendo jornal, rádio e plataformas digitais. Ao participar deste processo preparatório, fui lembrando e consegui fazer uma retrospectiva de quantas coberturas eleitorais participei desde que comecei a trabalhar no jornalismo.

Pelos cálculos, são 17 eleições, sendo 9 gerais (contando a deste ano e somente primeiro turno) e mais 8 municipais. Lembro da primeira eleição, quando Collor foi eleito, e a cobertura feita pelo jornal O Informativo. Acompanhamos questões locais no dia da votação e ficamos ligados na rádio Gaúcha e na TV Globo durante o escrutínio porque ainda era voto em cédula (papel) e a apuração final demorou em torno de uma semana. O Telex (se não sabe o que é, pesquise) também nos ajudou na época.

Em Lajeado, a contagem de votos era feita no Clube Sete de Setembro. Era um processo demorado, é claro, quantas vezes os mesários precisavam contar e recontar para ter certeza dos números. Depois vieram duas eleições de Fernando Henrique Cardoso; duas de Lula; duas da Dilma e a última, de Bolsonaro. Neste período, elegemos como governador aqui no RS, pela ordem, Pedro Simon, Alceu Collares, Antônio Britto, Olívio Dutra, Germano Rigotto, Yeda Crusius, Tarso Genro, José Ivo Sartori e Eduardo Leite.

Crédito: Arquivo/A Hora


O famoso macaco Tião

Crédito: Divulgação

O Macaco Tião tornou-se uma celebridade no Brasil quando lançado, em 1998, como candidato a prefeitura do Rio de Janeiro pela revista de humor Casseta e Popular, uma forma de protestar contra os governos da época. Ele fez 400 mil votos. Ficou em terceiro lugar. É claro que sua candidatura não havia sido validada pelo TRE do Rio. Isso foi possível, pois na época ainda não se usava a urna eletrônica, e então os votantes podiam escrever qualquer coisa na cédula de papel.


Instantâneo

Quando fui para o rádio, o gostinho de narrar os primeiros votos. De contar quem foram os eleitos. Eram horas e horas de trabalho, exaustivos, mas recompensadores. As pessoas podem até dizer que não gostam de política.

Mas quando chega a eleição está todo mundo ligado. No rádio, também acompanhei a evolução das coberturas jornalísticas. Do medo de entrevistar ou mandar abraço para candidato porque a rádio poderia ser multada até os juízes e promotores difíceis de lida, a minoria, é verdade. Hoje é tudo mais instantâneo e rápido. As plataformas digitais ajudaram e muito.


A chegada do voto eletrônico

Em 1996, a urna eletrônica foi utilizada pela primeira vez no Brasil, sendo usada nas eleições municipais em 57 cidades. Ao todo, mais de 32 milhões de pessoas votaram usando as urnas eletrônicas. Nas eleições de 2000, elas foram instaladas e utilizadas em todas as cidades do Brasil, sendo a primeira vez em nossa história que isso aconteceu.

Podem até questionarem sua segurança (prefiro acreditar na seriedade e lisura da Justiça Eleitoral), mas a chegada do voto eletrônico tornou o processo muito mais rápido. Perdeu a graça da apuração pelo ponto de vista da cobertura da imprensa? Sim. Já não se pode escrever o nome de outros candidatos ou até mesmo deixar mensagens nas cédulas, com declarações de amor, pedidos inusitados e até xingamentos aos governantes e candidatos.

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