Região mantém mesma área de milho do ciclo anterior

Caderno Agro

Região mantém mesma área de milho do ciclo anterior

Emater projeta 88,7 mil hectares para a safra de verão no Vale. Maior parte, 63%, é destinada para a produção de silagem

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Região mantém mesma área de milho do ciclo anterior
Plantio do milho da safra de verão alcança 20% do total de área previsto. Crédito: Felipe Neitzke
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As condições do tempo permitiram o avanço no plantio de milho, grão e silagem. Pela estimativa da Emater/RS-Ascar cerca de 20% das lavouras foram implementadas até a primeira quinzena de setembro na região. A tendência para os próximos dias é que esse ritmo seja intensificado. No estado, 35% das áreas cultivadas estão em desenvolvimento.

O levantamento da Emater também indica que a área cultivada será mantida em patamares iguais aos da safra passada com pequena variação no caso do milho para grão que teve incremento de 1,59%. Já a ocupação de lavouras para silagem recuou 0,33%. Mesmo assim, o cultivo do milho com a finalidade do trato animal a partir da matéria verde representa 63% da área total.

Entre os fatores que corroboram com esse cenário está a preocupação com a escassez hídrica a partir de outubro. Os institutos de meteorologia indicam a permanência do fenômeno La Niña e por consequência impactos no volume de chuva. Para amenizar eventuais perdas a orientação técnica é de plantio escalonado com intervalo de 14 e 21 dias.

Além do fator climático, outra situação que preocupa produtores é a presença de pragas, a exemplo, a cigarrinha do milho. De acordo com o gerente adjunto da regional de Lajeado da Emater, Carlos Lagemann, a cada safra está mais difícil, ou até mesmo impossível, eliminar alguns invasores.
“Nossa característica climática permite o cultivo quase que durante todo o ano e isso faz com que a cigarrinha permaneça nas lavouras ou na vegetação próxima”, alerta. Lagemann orienta que o momento requer monitoramento da área plantada e em caso de alguma situação adversa é importante comunicar ao técnico.

A partir dessa análise do profissional poderá ser indicado o uso de produtos biológicos ou químicos para atuar no controle das pragas. Em relação ao fator climático, Lagemann observa não haver unanimidade sobre as projeções. “Sabemos que vai ter o La Niña mas sem maiores dados sobre seus impactos.”

Como forma de reduzir perdas, o gerente adjunto da Emater reforça a necessidade de ações preventivas por parte dos produtores. Dentre as alternativas estão a reserva de palhada para cobertura do solo e armazenamento de água para sistemas de irrigação.

Valorização dos grãos

A entrada de milho de outros estados a partir de safrinha com bons rendimentos influenciou na queda de preço. Enquanto a saca de 60 kg era vendida por R$ 100 no início do ano, agora as cotações indicam o valor médio de R$ 84.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado, Lauro Baum, a tendência para os próximos meses é de nova alta. “O país aumenta suas negociações para exportação e ao mesmo tempo a safra nos Estados Unidos sofre com severa estiagem.”

Baum acredita que esse cenário internacional vai influenciar no preço interno. Sua preocupação é com um novo aumento nos custos de produção para a nutrição animal. “O milho é um dos principais ingredientes de rações e isso reflete em outras cadeias produtivas”, alerta.

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