Como foi o seu início no karatê?
Iniciei a prática aos 12 anos, 36 anos atrás. O que me levou ao esporte foi o apelo do cinema, que na época explorava as artes marciais. Passavam muitos filmes na televisão, e isso me levou ao karatê.
Imaginava que 36 anos depois ainda seria praticante?
Na verdade me identifiquei desde o início com o esporte. Claro que ao longo dos 36 anos algumas vezes me distanciei um pouco, mas o karatê nunca saiu de dentro de mim. Parava momentaneamente mas nunca de forma definitiva.
O que é que te cativou na arte marcial?
O fato de que o karatê tem princípios que transcendem o dojô e que levo para a vida. São cinco os principais: respeito, persistência, conter o espírito de agressão, a verdade e o caráter. Acredito que estes cinco princípios me fizeram ser quem sou.
Quais os maiores aprendizados que teve no esporte?
Os princípios são os principais aprendizados. É legal ver também que o karatê influencia na vida de crianças, e temos muitas que praticam em Lajeado. A arte marcial é algo muito benéfico e que leva muitos aprendizados a qualquer criança. O karatê é muito amplo, é esporte, é saúde. A competição é uma pequena parte, que é importante, mas que faz parte de um todo.
E as conquistas?
Sempre gostei da parte competitiva, mas uma hora chega ao fim. Por isso acredito que o karatê é muito maior que a competição. Devo ter 60 a 70 medalhas. Sou 13 vezes campeão gaúcho, terceiro e segundo lugar em Campeonatos Brasileiros.
Como acompanha o crescimento da prática na região?
O karatê foi trazido para a região em 1985, e eu comecei em 1986. Eu fui um dos primeiros alunos. O crescimento foi muito grande. A nível de Rio Grande do Sul ninguém tem a estrutura que temos aqui. Seja em espaço físico, alunos, disponibilidade de horários e até em qualidade. Eu vejo então ele bastante desenvolvido, com etapas de Campeonato Gaúcho sendo realizadas aqui, tudo isso desenvolve bastante o nosso esporte.
Ainda há algum sonho que busca realizar nos tatames?
Eu gosto bastante da competição, então não penso em parar tão cedo. O que tenho de sonho é um primeiro lugar a nível nacional. Já bati na trave, fui vice e duas vezes terceiro. Também tem uma competição muito grande que é o Aberto de Karatê dos Estados Unidos, que ocorre em Las Vegas, tenho amigos que já competiram e medalharam lá, e eu pretendo competir. Tinha tudo pronto para disputar em 2020 e por causa da pandemia não pude ir. Então provavelmente no ano que vem realizarei este sonho.