O poder feminino do streaming

Opinião

Gabriela Munhoz

Gabriela Munhoz

Colunista do Caderno Você

O poder feminino do streaming

Por

No último dia 16 de agosto, participei de um painel dentro do ‘Mercado Entre Fronteiras’, um mercado de negócios que acontece no ‘Festival de Cinema de Gramado’. Fui convidada a mediar uma conversa com o seguinte título: o poder feminino no streaming.

Na mesa: Mônica Albuquerque, head de gestão de talentos e desenvolvimento de novelas, General Entertainment – Warner Bros. Discovery Latin America, Malu Miranda, head de Originais do Amazon Studios no Brasil e Daniela Menegotto, produtora, consultora e distribuidora de projetos audiovisuais e de entretenimento e CEO da Sulflix, a nossa plataforma de streaming gaúcho. Como podem ver, uma turma casca grossíssima.

Mais do que aprender e ouvir sobre streaming, audiovisual, sobre o potencial aumento de oportunidades que a/o artista e outros profissionais da arte (em cadeia direta ou indireta) estão experimentando com essa máquina do streaming – num trem em alta velocidade e transformação diária – o que quero trazer aqui é o recorte dessas mulheres falando sobre as aberturas de espaços para mulheres. Embora não curta muito a palavra “poder” – ela me soa autoritária, luxuosa – aqui ela parece designar força, potência, espaço.

O modo como essas mulheres trouxeram o espaço do feminino em suas falas e, muito mais do que isso, em números, cases, serviu como apertar o play num motorzinho de desejo e fé em qualquer mulher que estava ou estivesse naquele auditório.

Estar à frente de uma potência como a Amazon, por exemplo, que trabalha o seu quadro de contratações com parâmetros via IBGE e atua intencionalmente de modo que haja muitas mulheres contratadas, torna palpável e concreto o discurso do feminino.

Mônica Albuquerque esteve décadas à frente da TV Globo, inclusive quando instauraram os departamentos de gênero por lá e traz, em sua ação, a prática de impulsionar mulheres e abrir novos espaços femininos. Rasgá-los talvez. Em tempo, minha analista me falou que rasgar espaços internos é como alongar músculos do corpo. É caminho sem volta. Você aaabre, dói, mas você ganha. Aquele espaço não será perdido.

Depois desse painel fiquei calculando num caderninho quantas mulheres estiveram ao meu lado em cada projeto em que eu fui líder. É matemático. Uma, duas, três (…). Por isso, estendo e, principalmente, tenciono a reflexão: não importa se você vende picolés ou carros, se é profissional da saúde, engenharia, cultura ou se trabalha como funcionário doméstico. Quantas mulheres trabalham ao seu lado?  Lembremos sempre de rasgar novos espaços. Eles podem ser passos para nossas pequenas liberdades.

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