Capacete Rosa: projeto capacita mulheres para a construção civil

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Capacete Rosa: projeto capacita mulheres para a construção civil

Iniciativa é da Associação Marinês, para moradoras do Novo Tempo 1, no bairro Santo Antônio

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Capacete Rosa: projeto capacita mulheres para a construção civil
Na primeira edição do projeto, 20 mulheres do bairro vão receber a capacitação. Crédito: Bibiana Faleiro
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Capacitar mulheres para o mercado de trabalho é o objetivo do projeto Capacete Rosa, lançado na manhã de ontem pela Associação Marinês, do bairro Santo Antônio. A iniciativa busca ensinar técnicas da construção civil para 20 moradoras do Novo Tempo 1 e arredores. O primeiro encontro será no dia 13 de outubro.

Na manhã de ontem, 12 mulheres já foram inscritas no curso, que também foi apresentado ao Rotary Club de Lajeado, parceiro do projeto, e para o Governador do Distrito 4700 de Rotary, Antoninho Scotta, que visitou o município nesta semana. Agora, o momento é de buscar parcerias, tanto para ministrar alguns dos encontros, como para a aquisição de materiais e para inseri-las no mercado de trabalho.

O projeto foi pensado pela arquiteta voluntária Angélica Silveira, que trabalha há 17 anos na área, em conjunto com as voluntárias da Associação Marinês. De acordo com a profissional, a falta de mão de obra, sobretudo feminina, na construção civil foi um dos incentivos para a criação do curso.

Angélica conta que um projeto executado em Porto Alegre, que já formou mais de 5 mil mulheres, serve de exemplo para iniciar o “Capacete Rosa” no bairro.

Com o objetivo de capacitar mulheres na função de auxiliar de construção civil, serão 160 horas de curso, em aulas a cada 15 dias, com almoço e visita a estabelecimentos da cidade que atuam com construção civil. Ao fim da capacitação, elas recebem um diploma durante a formatura. A ideia é tornar a iniciativa anual.

Da teoria para a prática

As participantes serão capacitadas para ofícios como servente de pedreiro, carpintaria, elétrica e hidráulica básica, além de aprenderem sobre a colocação de revestimentos e pintura. Também haverá dicas de como se comportar nas obras e de segurança do trabalho.

“Vamos também ter um nivelamento de português e matemática, para que elas saibam ler uma planta, ou conferir o que estão recebendo, assim como aula de precificação”, destaca Angélica. Cada participante também vai receber uma camiseta do projeto, além de uma bota e uma maleta com luvas, ferramentas, protetor auricular, e o capacete rosa que dá nome à iniciativa.

A ideia é que essas mulheres também possam colocar os ensinamentos em prática na casa de famílias que vivem em situações de risco, com reformas e construções. “Vamos fazer um trabalho completo. E, depois, podemos encaminhá-las para o aperfeiçoamento nas áreas que elas mais gostarem”, destaca Angélica. Depois de formadas no curso, e com emprego, as voluntárias também destacam a possibilidade dessas mulheres conseguirem pagar um curso técnico ou uma graduação.

Novas possibilidades

Moradora do bairro, Amara Tatiana dos Santos é uma das inscritas no projeto. Desempregada, ela faz o que pode para sustentar os dois filhos que ainda vivem com ela, uma menina de 6 anos, e um jovem de 15. “Eu me interessei pelo projeto porque está difícil arrumar emprego. Tudo precisa de estudo, e eu só tenho até a 5ª série. Aqui vou me especializar em pintura, construção, vai ser bom”, acredita.

De acordo com a voluntária da associação, Larissa Nonnenmacher, 90% das mulheres atendidas pela ong são mães solteiras que sustentam as famílias sozinhas. Por isso o projeto busca capacitá-las, exercendo a autonomia e novas possibilidades de sustento. Os encontros da primeira turma do projeto vão até metade de abril do ano que vem.

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