“É um esporte em que o seu corpo reflete o seu comprometimento”

ABRE ASPAS

“É um esporte em que o seu corpo reflete o seu comprometimento”

Natural de Porto Alegre e radicada em Lajeado há dois anos, a empresária e educadora física Karina Rocha Pereira, 35, começou no fisiculturismo por uma questão de saúde e, quatro anos depois, conquistou o campeonato gaúcho da modalidade. Além das competições, a luta é para desmistificar a atividade, que ainda sofre com preconceitos.

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“É um esporte em que o seu corpo reflete o seu comprometimento”
Crédito: Divulgação
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O que atraiu você ao fisiculturismo e como ele entrou na sua vida?

Na verdade, iniciei com meu primeiro treinador somente para perda de peso, porque não estava me sentindo bem comigo mesma. Na primeira avaliação ele já me questionou se eu teria ideia de competir algum dia. A resposta de imediato foi que não, pois nunca me imaginei competindo, até ver um campeonato de fisiculturismo e me apaixonar.

Quando fui para reavaliação, após 30 dias, falei da minha vontade de competir e já iniciamos o pré-contest (preparação). Seis meses depois estava fazendo minha estreia nos palcos.

Como foi essa primeira participação? Fala sobre sua trajetória até aqui.

Pouco tempo antes do campeonato tive um problema respiratório que prejudicou toda a reta final de preparação. Com todos esses imprevistos, nada me fez desistir. Minha estreia não foi da maneira que eu queria, mas acredito que se não tivesse competido nesse campeonato teria desistido.

Mesmo ficando em último lugar, foi o que me motivou a seguir e buscar minha evolução dia após dia. Sabia que minha luta teria que ser grande e diária para meu corpo se enquadrar na categoria. Atualmente são quatro anos competindo, um total de 12 campeonatos, e esse ano consegui me consagrar campeã gaúcha.

Com esse título obtive a classificação para representar o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro, no Espírito Santo, trazendo para o estado um top-3 em uma categoria bem disputada com 6 atletas, e o 8º lugar em outra categoria com 19 meninas.

Você percebe algum tipo de preconceito em relação à atividade? Como desmistificá-la?

Existe muito preconceito sim, somos prejulgados em quase todos lugares que passamos. As pessoas ligam muito o fisiculturismo ao uso de recursos ergogênicos. Como em todo lugar, os bons pagam pelo ruins. Existem muitas pessoas sem conhecimento orientando e passando informações que não condizem com a realidade. Acredito que o fisiculturismo tem um futuro promissor, pois os atletas e entidades ligadas ao esporte lutam para essa evolução.

Quais foram os ganhos e benefícios que o fisiculturismo lhe trouxe?

O fisiculturismo em si não te dá ganhos financeiros, competimos por amor ao que fazemos. É um esporte com valores bem expressivos e mulheres tem um valor maior para competir do que os homens. Acredito que o maior ganho que temos é a superação dia após dia. Mesmo sem vontade e estando cansada, fazer tudo que se propôs a fazer, receber o carinho das pessoas e saber que você de alguma forma motiva pessoas a se superarem também, pois quando se quer algo você sempre consegue.

Sobre as competições, em que momento você percebeu que deveria levar mais a sério?

O fisiculturismo, desde o momento que você decide que vai competir, ou você se compromete 100% ou nem começa. É um esporte em que o seu corpo reflete o seu comprometimento. Você não consegue fazer 80% e achar que no dia da competição mostrará 100%. Sempre gostei de me desafiar, de provar a mim mesma que é possível chegar a qualquer lugar quando queremos.


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