Associativismo, economia global e a missão dos empreendedores na retomada econômica foram assuntos abordados durante reunião-almoço da Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela nessa sexta-feira, 12, no Estrela Palace Hotel.
O palestrante Anderson Trautman Cardoso, presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), analisou os impactos causado pelo cenário econômico mundial e as oportunidades de desenvolvimento no RS.
As consequências causadas pela pandemia e pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, como a baixa nos estoques de alimentos em países reguladores e a desaceleração da economia chinesa, abrem oportunidades para que o Brasil seja foco de investimentos. Ele ressalta que devido a isso, há uma busca global por alternativas à produção chinesa.
Apesar do cenário de recessão, ele argumenta que o Brasil possui mão de obra qualificada e boa posição geopolítica para ocupar a posição. “Não podemos depender de um só cliente e fornecedor. Temos que ter cadeias produtivas que ofereçam excelência e redução de custos. “A China conseguiu ao longo das duas últimas décadas atrair cadeias para o negócio baseadas na redução de custo”, explica.
Além de ser parceiro comercial do Brasil, o país asiático é um dos maiores importadores do RS. Segundo o palestrante, a desaceleração econômica deve impactar na compra de produtos do setor primário. Ele destaca que para impulsionar a retomada econômica e acelerar os investimentos, é necessário que as empresas apostem na inovação.
Como exemplo, ele evidencia o agronegócio, que é a base da economia do RS. O presidente ressalta que este resultado é devido a implementação de pesquisas e novas tecnologias. “Há 40 anos nós éramos importadores de alimentos. Inovamos e hoje temos um resultado expressivo”, afirma.
O presidente aponta a importância das empresas em modernizar o modelo de negócio por meio da inovação, oferta de valor e a nova economia. Ele argumenta que para auxiliar nesse processo, é necessário melhorias na educação, políticas de manutenção de empresas e modelo ágil de gestão como pilares para o desenvolvimento.
“É importante o alinhamento com o poder público.
As administrações precisam ter uma boa relação com as câmaras comerciais e empresariais”, afirma. Neste sentido, Cardoso destaca o Vale do Taquari. Ele também faz menção a segurança energética e segurança alimentar na região. Segundo ele, os fatores colaboram para a sustentabilidade, demanda cada vez maior entre os consumidores.
Enfrentamento à estiagem
Para Cardoso, o enfrentamento à estiagem é outro ponto que necessita de inovação no RS. O presidente apresentou dados que relacionam a queda do PIB no estado com a seca enfrentada no início do ano. No primeiro trimestre de 2022, o índice fechou com retração de 3,8%. No setor primário o impacto foi de 28,1% no mesmo período.
Em sua avaliação, medidas de prevenção, como o armazenamento de água, devem ser estudadas. O presidente destacou que o RS não sofre com a falta de chuvas durante o ano, bem como o período de seca ser cíclico.
“Temos que aplicar soluções tecnológicas e temos exemplos de outros países de como fazer. O que falta são regras claras e segurança jurídica de como proceder com a reserva de água”, aponta.
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