“Desde 1996, nunca houve qualquer tipo de fraude comprovada na urna eletrônica”. A frase, do servidor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Luís Fernando Schauren, foi uma das justificativas para defender o sistema de voto eletrônico vigente há mais de duas décadas no país.
Schauren palestrou ontem em Lajeado, nos turnos da tarde e noite, no Teatro Univates. A atividade foi desenvolvida numa parceria entre o cartório da 29ª Zona Eleitoral e a universidade. Também integra um ciclo de palestras promovidos pelo TRE-RS em cidades do interior gaúcho.
Servidor da justiça eleitoral desde 1996, Schauren abordou detalhes do funcionamento da urna eletrônica que, na sua visão, justificam a defesa do sistema atual. Também desmentiu boatos e “fake news” a respeito do processo eleitoral.Um ponto importante destacado por ele é que o equipamento não tem conexão a internet e este é um motivo para considerá-lo seguro.
“Não há dispositivo de Wi-Fi, bluetooth ou rede. Fica ligada simplesmente na tomada. Não tem como um hacker, de qualquer parte do mundo, invadir este sistema. Mas não é apenas isso que explica por si só a segurança das urnas”, pontua.
Totalização dos votos
Segundo Schauren, a urna eletrônica possui dois artefatos para a totalização dos votos. Um deles é o boletim de urna, documento que é impresso com a votação de votos os candidatos e partidos que receberam pelo menos um voto na seção.
“Três cópias vão para a junta de apuração no cartório, uma fica afixada na seção, outra fica com o presidente de mesa e tantas quanto forem necessárias são distribuídas aos representantes dos partidos”, explica.
PEC derrubada
Questionado por pessoas que estavam na plateia, Schauren explicou porque é conta o voto impresso e lembrou da proposta de emenda constitucional (PEC) que foi rejeitada na câmara ano passado. Segundo ele, a matéria foi “feita para ser vetada”.
“Queriam impressão em todas as urnas. Isso geraria um custo exorbitante. Também pediam a contagem dos votos na própria seção eleitoral. A tentativa de coação do eleitor seria muito maior assim. Muitas pessoas defendem um projeto que não leram”.
Exercício da cidadania
A juíza da 29ª Zona Eleitoral de Lajeado, Carmen Constante lembra que a Justiça Eleitoral existe desde 1932 e, embora tenha mais visibilidade nos anos de eleição, a atuação é ininterrupta. Salienta também que a palestra vai de encontro com o que o TSE prega.
“Trabalhamos para que as eleições ocorram forma limpa, segura e democrática. Uma das maiores demonstrações de civilidade é o voto”, frisa. Já o promotor eleitoral de Lajeado, Sérgio Diefenbach, entende que a palestra desmistifica situações consideradas inimagináveis há poucos anos. “Nos surpreende os questionamentos sobre pontos que antes eram os mais tranquilos de todos. Nós, como instituição, atestamos e confiamos plenamente no sistema”, reitera o promotor.