Curta-metragem conta história haitiana e representa o Vale em festival

DRAPO A

Curta-metragem conta história haitiana e representa o Vale em festival

Obra produzida pelo haitiano Alix Georges e pelo encantadense Henrique Lahude concorre ao prêmio de Melhor Filme e outras 11 categorias no 50º Festival de Cinema de Gramado neste fim de semana

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Curta-metragem conta história haitiana e representa o Vale em festival
Elenco é composto por 12 atores haitianos, que contam parte da história do país natal. Crédito: Divulgação
Vale do Taquari

Por meio do curta-metragem dos diretores Alix Georges, haitiano, e Henrique Lahude, encantadense, o Vale do Taquari tem uma obra representada na 50ª edição do Festival de Gramado, que ocorre entre 12 e 20 de agosto. “Drapo a”, que significa “a bandeira” no idioma crioulo, concorre ao Prêmio Assembleia Legislativa – Mostra Gaúcha de Curtas, e conta, em 19 minutos, parte da história do Haiti.

Além da premiação de Melhor Filme no valor de R$10 mil, a produção audiovisual compete em outras 11 categorias, como melhor direção e ator, e já tem espaço de debate garantido na TV Educativa de Porto Alegre (TVE). O resultado do festival será no domingo, 14.

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A produção do filme iniciou em 2020, e as gravações foram em agosto de 2021, por meio de um edital estadual da Lei Aldir Blanc. Um ano depois, sua estreia será durante o festival. Até o fim do ano, outras mostras também vão exibir o curta e a ideia é fazer sessões ao ar livre no futuro.

“Gramado é uma importante janela de exibição para estrear um filme. A grande tela dá visibilidade à comunidade haitiana do Vale e traz ao debate importantes temas para o nossa região”, destaca Lahude.

A entrada para conferir a produção em Gramado é gratuita, com a doação de alimentos, em comemoração aos 50 anos do festival.

A bandeira

O curta mostra a conexão do presente e passado na história do Haiti, com situações contemporâneas e também tradições ancestrais registradas por meio da música e da representação de personagens históricos. O idioma original do filme é o Creole Haitiano, com legendas em português.

“O filme busca evidenciar dimensões da vida e da cultura haitiana que muitas pessoas daqui ainda desconhecem. A bandeira tem papel central para eles, sendo um grande símbolo da independência (em 1804) e que ecoa até hoje.”, acrescenta Lahude.

Personagens fortes

No elenco, estão 12 atores haitianos que vivem no Vale do Taquari. Entre eles, Clao Brigile, que interpreta Catherine Flon, uma costureira haitiana e heroína nacional. A personagem é considerada um dos símbolos da revolução haitiana e da independência, e a responsável por costurar a primeira bandeira do país em 18 de maio de 1803. A atriz concorre ao prêmio de melhor atriz no festival.

Ela comenta que já participou de uma novela antes, e foi por meio da produção que foi chamada para fazer parte do projeto de Georges e Lahude. Os atores protagonistas da produção, além de Clao, são B-Wade, Alix Georges e Mireille Brigile. Cada um também interpreta uma música tradicional para o curta que foi gravado, em sumaior parte, em Encantado.

Os diretores

Georges e Lahude trabalham juntos em projetos audiovisuais desde 2017, com pesquisas e registros da diáspora haitiana no Rio Grande do Sul. O primeiro filme produzido pela dupla, Fè Mye Talè (2018), participou de mais de 15 festivais, mostras e congressos, e recebeu prêmios de melhor direção e trilha sonora.

“Drapo a” (2022) é a segunda obra da dupla. O próximo projeto é um longa-metragem retratando de forma ainda mais profunda a cultura do Haiti, a primeira república negra do mundo e o primeiro país ocidental a abolir a escravatura.

Diretores Alix Georges (à direita), haitiano, e Henrique Lahude, de Encantado


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