A 45ª Expointer reserva espaço para 337 agroindústrias, dessas, 32 são do Vale do Taquari. Com menos restrições sanitárias, houve o incremento de 123 estandes para a agricultura familiar. Os organizadores acreditam alcançar números superiores ao registrado nas edições anteriores à pandemia.
A quantidade de estandes é seis vezes maior em relação a 2020, quando 52 agroindústrias venderam no formato drive-thru da Expointer Digital. Mesmo assim, os resultados foram satisfatórios, o que se repetiu na feira do ano passado que teve 66,2 mil visitantes. Agora, a expectativa dos expositores é ainda maior.
Para estarem aptas ao evento, as agroindústrias precisaram se inscrever nas entidades representativas da agricultura familiar (Fetag/RS, Fetraf, Sindicatos de Trabalhadores Rurais ou Via Campesina). Outro critério é integrar o Programa Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf).
De acordo com o extensionista da Emater, Alano Tonin, a região se destaca mais uma vez com o aumento na procura em expor na feira. “Acreditamos que todos os empreendimentos inscritos vão ter seus espaços confirmados. Algumas ainda precisam ajustar a documentação”, alerta.
Em paralelo, a região também conta com a representação de animais em concursos e exposições. Entre os inscritos, essa será a segunda vez do Pai de Fogo, finalista no ano passado em concurso que avalia a beleza e postura dos equinos. Ele pertence à cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul.
Estreia na feira
Os agricultores e proprietários da Estrelat, Roberto e Eliana de Oliveira, se preparam para estrear na Expointer. A feira é momento importante para o casal pois marca um ano de vendas do doce de leite. O produto foi lançado em 2021 durante a Estrela Multifeira.
A agroindústria que surgiu com a produção do leite tipo A amplia a oferta de produtos e trabalha para agregar valor ao trabalho na propriedade rural. O esforço a partir do doce de leite rendeu prêmio durante o 6º Concurso Estadual de Queijos, pela Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), em Carlos Barbosa.
Feito com três produtos, o doce é considerado sucesso de vendas em feiras. Durante a ExpoBento foram vendidos mais de 1,5 mil potes. “É uma receita artesanal do tempo da vovó que leva muito amor e carinho em seu processo de fabricação. Essa energia é transmitida ao consumidor e por isso esse sucesso e aceitação no mercado.”
Para dar conta do aumento de demanda, o casal que iniciou com um tacho de 50 litros investiu em nova estrutura com capacidade cinco vezes maior. Além da Expointer, também atuam na produção para a Mostra Guaporé que ocorre neste e no próximo fim de semana.
Oportunidade de negócios
Essa será a quinta participação da agroindústria Franz Alimentos, de Santa Clara do Sul. O casal Ivoni e Flávio investiu na ampliação do empreendimento para dar conta da crescente de vendas. Para esta edição a expectativa é vender mais de 4 mil pacotes de salgadinhos de batata-doce e aipim.
Além de atender supermercados da região, os proprietários do empreendimento têm a rotina voltada às feiras pelo estado. A produção mensal é estimada em 30 mil pacotes. “A Expointer é sempre um evento importante para nossa divulgação. Ali circulam pessoas de várias regiões do país e conseguimos tornar nosso produto cada vez mais conhecido”, observa Flávio Franz.
A venda não é maior por conta da limitação na capacidade produtiva. “Apenas eu e a esposa trabalhamos na atividade com a ajuda do filho. Faltam pessoas para aumentar esse ritmo de produção”, comenta.
Franz também indica problemas relacionados à produtividade no cultivo da batata-doce. A escassez de chuva entre o fim do ano passado e os primeiros meses de 2022 comprometeu a plantação. Além disso, a alta nos custos de produção pressionados pelo preço de embalagens, logística e óleo de palma comprometem a margem na produção dos salgados.
Produto premiado
Outra agroindústria do Vale com tradição na Expointer é a Cachaça Wille, de Poço das Antas. O empreendimento surgiu em 2015 por iniciativa dos primos Vilson Schneider e Tiago Flach. Eles produzem cachaças envelhecidas em barris de Carvalho, Cabriúva, Umburana e Grápia, além da tradicional Cachaça Prata.
Em 2019, venceram concurso destinado às agroindústrias participantes da Expointer. Os sócios foram surpreendidos com o reconhecimento e destacam o orgulho por terem alcançado níveis elevados de qualidade em pouco tempo. A agroindústria que leva o nome do avô conta com área de 2,5 mil metros quadrados e o espaço de plantio de cana-de-açúcar ocupa 20 hectares.
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